Crítica: ‘Coringa’ (2019) | Relembrando
Longa-metragem ganhou 2 Oscars, de Melhor Ator para Joaquin Phoenix e Melhor Trilha Sonora Original
Um dos maiores sucessos de 2019, “Coringa” é um estudo de personagem e uma crítica social que nos leva a pensar sobre a realidade de uma época polarizada, em uma sociedade a cada dia mais individualista e pragmática.
O Coringa sempre foi um vilão interessante pois ele abre espaço para diversas interpretações, e todas elas intrínsecas em uma natureza sádica e anárquica. Nos quadrinhos, o personagem nasceu sem uma origem estabelecida, e foi só com “A Piada Mortal” que Frank Miller construiu a mais aclamada das diversas origens do arqui-inimigo do Batman. Tim Burton também criou a sua origem para o personagem, ao colocar o vilão como um gângster traído pelo chefe que, durante um trabalho, cai em um tanque de ácido. E agora temos em 2019 um filme totalmente focado no Coringa, em uma trama particular e intimista inspirada nos clássicos filmes “Taxi Driver” e “O Rei da Comédia” de Martin Scorsese. Um estudo social violento que coloca o protagonista como consequência de um mundo sem empatia ou respeito formado por poderosos corruptos e egocêntricos.
Uma das melhores coisas de “Coringa” é o fato do filme não amenizar a violência necessária ao contar uma história sobre Coringa. O diretor Todd Phillips não suaviza o vilão nem almeja transformá-lo em anti-herói. O mundo que o cerca foi fundamental em sua sua formação e quando, de fato, nasce o Coringa temos o início de um sujeito desumano e sem amarras. Phillips não polpa o sangue e mantém corretamente o status de vilão do personagem.
Com uma atuação fenomenal de Joaquin Phoenix (que levou o Oscar de Melhor Ator), “Coringa” é uma obra que vai ser lembrada eternamente e é um desses filmes que sempre despertará debates e estudos acadêmicos. Já é um clássico moderno!
Joker/EUA – 2019
Dirigido por: Todd Phillips
Com: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy…
Sinopse: Em Coringa, Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante.