Deu ruim

Corpo de Bombeiros de Londres acusam Peppa Pig de machismo

Corporação pede que desenho animado não use termo considerado sexista, que poderia afastar as meninas de uma carreira na área

Nem mesmo a Peppa Pig está escapando das guerras culturais e debates sobre o politicamente correto. Em 2013, a personagem foi chamada de “feminista” e acusada de estar mais alinhada ao “Partido Trabalhista (inglês), e não às crianças em idade pré-escolar” por um colunista do jornal britânico “Daily Telegraph”. Agora, o Corpo de Bombeiros de Londres acusa o desenho animado de machismo por usar terminologia sexista.

Em um dos episódios, o narrador do desenho diz que uma das personagens femininas está vestida como um ” fireman “, termo em inglês usado para se referir aos bombeiros homens, ao invés da opção “Firefighter ” (com o sufixo que, neste caso, serve para ambos gêneros). A corporação então usou sua conta no Twitter para dar uma bronca bem-humorada nos produtores do desenho: “Vamos lá @peppapig, não somos bombeiros homens há 30 anos”.

Em outro tuíte, o Corpo de Bombeiros londrino disse que Peppa Pig tem “grande influência nas crianças, e o uso de estereótipos de gêneros criam barreiras para que as meninas se interessem por uma carreira na corporação”. Ao final, um convite para a famosa personagem: “Entre para a nossa campanha de combate ao sexismo!”.

A campanha #Firefightsexism foi lançada pelo Corpo de Bombeiros de Londres em 2017. A ideia é fazer com que as pessoas substituam a palavra “fireman” por “firefighter”.

No comando da campanha está Dany Cotton, primeira mulher a dirigir a corporação em seus 154 anos de história. Ela já afirmou que o uso de linguagem inadequada pode afastar as mulheres da carreira que exige muito do físico. Para Cotton, “Londres é uma cidade complexa e protegê-la exige habilidades diversas”.

Segundo o jornal britânico “The Telegraph”, somente 354 dos mais de cinco mil bombeiros da capital londrina são mulheres, o que representa apenas 7%.

“É preciso desafiar a linguagem desatualizada que nossa pesquisa indica que impede as meninas e as mulheres de considerarem o combate a incêndios como uma carreira profissional e recompensadora”, disse um porta-voz do Corpo de Bombeiros de Londres ao “Telegraph”.