Crítica: 007 – Cassino Royale (2006) – Especial James Bond
Longa-metragem foi dirigido por Martin Campbell
Após a estreia de “A Identidade Bourne” em 2002, o cinema de ação nunca mais foi o mesmo. Principalmente após as duas sequências da franquia com Matt Damon, Hollywood passou a abraçar um estilo de ação mais nu e cru, mais violento e com menos bugigangas. A coisa começou a ficar séria. Diante do novo mundo, muitos filmes do gênero seguiram a tendência e 007 não deixou de abraçar a nova fase. Com “Cassino Royale”, temos um novo ator como o icônico personagem e um recomeço total da história, com um início que começa colocando Bond antes deste se tornar um agente 00.
Aliás, que começo! “Cassino Royale” é um filme que não brinca em serviço, não enrola e sabe como ser direto. A sequência de abertura é um preto e branco belíssimo, carregado de violência e tensão e onde sentimos o peso das consequências. Além de estabelecer logo de cara que o Bond de Daniel Craig não será como os anteriores, mas um sujeito brucutu sem enrolação e que não tem receio em matar o alvo (uma característica que se transforma em uma sutil brincadeira ao longo do filme).
Daniel Craig foi uma escolha inusitada para o papel. Loiro, com feições nada suaves e orelhas de abano, o ator não possui as características costumeiras de um James Bond, e é claro que isto foi motivo de revolta para os fãs. Mas dane-se, de maneira surpreendente, Craig encontra seu estilo, possui carisma em abundância, confiança e estilo que fazem seu Bond alguém extremamente convincente.
O diretor Martin Campbell, que havia dirigido “007 – GondenEye” com Pierce Brosnan em 1995, retorna para este reinício e se desprende de qualquer ligação com o estilo apresentado em seu filme anterior do personagem. A direção de “Cassino Royale” é intensa, frenética e empolgante. As cenas de ação são um primor de execução. São inventivas e bem filmadas e possuem um ritmo notável, assim como as sequências dentro do cassino que colaboram para tornar um jogo de cartas empolgante para o público. O filme também traz vários momentos icônicos como, por exemplo, uma cena de tortura bem diferente e que antigamente seria impensável ver em um filme de James Bond.
Particularmente, nunca fui fã do personagem James Bond nem dos longas anteriores estrelados por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan. “Cassino Royale” não somente entrega uma seriedade e urgência que combinam com este novo estilo do personagem, como, ao mesmo tempo, é também respeitoso para com a essência do mesmo. O saldo geral é um filmaço de ação que surpreende em todos os aspectos. Memorável, sem dúvida!
Cassino Royale/REINO UNIDO, EUA, BAHAMAS, REPÚBLICA TCHECA, ALEMANHA – 2006
Dirigido por: Martin Campbell
Com: Daniel Craig, Eva Green, Judi Dench, Mads Mikkelsen…
Sinopse: James Bond tem como tarefa espionar o terrorista Mollaka, mas nem tudo sai como o planejado. Bond decide espionar por conta própria o restante da célula terrorista, o que o leva às Bahamas. Lá ele conhece Alex Dimitrios e sua namorada Solange. Alex está envolvido com Le Chiffre, o banqueiro de organizações terroristas espalhadas pelo planeta, que pretende conseguir dinheiro em um jogo de pôquer milionário em Montenegro, no Cassino Royale. O MI6 envia Bond para jogar contra Le Chiffre, sabendo que caso Le Chiffre perca a partida isto desmontará sua organização. Mas para esta tarefa o agente 007 terá a companhia da sedutora Vesper Lynd, enviada por M para acompanhá-lo na missão.