Cinema

Crítica: 007 – Operação Skyfall (2012) – Especial James Bond

Longa-metragem foi dirigido por Sam Mendes

Muitos criticaram quando Daniel Craig foi anunciado como o próximo James Bond. Os traços grosseiros do ator se diferenciavam dos intérpretes anteriores, de feição mais branda e sedutora. Mas após o lançamento de “Cassino Royale” em 2006, muitos (inclusive eu) foram surpreendidos não apenas por um filme mais denso e violento, como pela interpretação memorável de Craig que se encaixou perfeitamente ao estilo dos novos longas. Ainda temos puristas que defendem Sean Connery ou Roger Moore como os Bonds absolutos. Como nunca fui fã do personagem, e nem compartilho do amor pelos filmes antigos, não tenho apego para com nenhum dos atores, e em questão de gosto pessoal, os novos filmes do agente 007 pós-Jason Bourne são meus favoritos e Daniel Craig, particularmente, é o melhor Bond até hoje para mim.

“007 – Operação Skyfall” já surpreende por trazer Sam Mendes como diretor. Mendes sempre foi conhecido por filmes menores – ganhou Oscar pelo excelente “Beleza Americana”, dirigiu o fenomenal “Estrada Para Perdição” e outros dramas como “Foi Apenas Um Sonho” e “Distante Nós Vamos”. Não é um diretor associado a super produções como um filme de 007, e aqui, Mendes entrega o pacote perfeito de ação, drama e tensão. E traz uma estética visual rebuscada e charmosa graças à ótima fotografia do gênio Roger Deakins.

Daniel Craig está sob medida e encontra o equilíbrio perfeito de seu personagem, e consegue transmitir emoções sutis através da carcaça de brucutu implacável. Desta vez, o roteiro assinado por Neal Purvis, Robert Wade e John Logan explora o passado de Bond para desenvolver uma trama sobre recomeços, aprendizados e remissão, e coloca no centro de tudo isso a personagem M (Judi Dench), chefe de James Bond e figura materna querida pelo personagem. Ao mesmo tempo, o filme apresenta um dos melhores vilões de todos os longas (se não o melhor), interpretado com malícia e tesão por Javier Bardem, e que complementa este núcleo pessoal entre os protagonistas.

As cenas de ação também são outro diferencial. Mendes utiliza com maestria os cortes, filma de maneira que entendemos o que está acontecendo e cria momentos memoráveis. É o Bond visceral e violento como conhecemos lá em “Cassino Royale”, mas com muito mais charme e personalidade. São duas horas e vinte minutos que passam deliciosamente rápido através de uma aventura que também surpreende pelas referências à características clássicas do personagem.

Assim como “Batman – O Cavaleiro das Trevas” foi o ápice do Homem Morcego no cinema, “007 – Operação Skyllfall” faz o mesmo para Bond. Um filme inesquecível, marcante e memorável. Perfeito!

Is 'Skyfall' the Best (And Gayest) James Bond Movie Yet?

Skyllfall/EUA, REINO UNIDO – 2021

Dirigido por: Sam Mendes

Com: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Ralph Fiennes, Naomi Harris…

Sinopse: O roubo de um HD contendo informações valiosas sobre a identidade de diversos agentes, infiltrados em células terroristas espalhadas ao redor do planeta, faz com que James Bond (Daniel Craig) parta atrás do ladrão. A perseguição segue pelas ruas de uma cidade na Turquia e acaba em cima de um trem. Precisando impedir que a peça seja levada, M (Judi Dench) ordena que a agente Eve (Naomi Harris) dispare, mesmo sabendo que o tiro pode atingir Bond. É o que acontece, fazendo com que o agente 007 despenque de uma altura incrível. Considerado morto, Bond passa a levar uma vida como “fantasma” até assistir, pela TV, o ataque terrorista sofrido pelo MI6 em plena Londres. Disposto a mais uma vez defender seu país, ele retorna à capital inglesa e se reapresenta a M, mesmo guardando uma certa mágoa dela por ter ordenado o disparo. Logo eles descobrem que o responsável pelo roubo e o atentado é alguém que conhece muito bem o modo de funcionamento do MI6.