Cinema

Crítica: Alice e Peter – Onde Nascem os Sonhos

Uma fantasia decepcionante que nunca abraça a fantasia e se prende a dramas comuns e repetitivos

(Foto: Reprodução)

“Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos” é um filme que propõe contar como se deu a origem dos contos clássicos de Peter Pan e Alice no País das Maravilhas sob o desenvolvimento da história destes dois irmãos (Peter e Alice) e seus problemas familiares. É uma reimaginação válida, e até interessante, mas que nunca consegue alcançar um ápice necessário que uma fantasia exige, e se perde em dramas que tornam a experiência cansativa para as crianças e adultos. Nada aqui é de fato empolgante ou envolvente. Tanto que um filme de fantasia que mescla duas tramas conhecidas e com Angelina Jolie no elenco passar desapercebido dos cinemas… é um mau sinal.

A questão é que “Alice e Peter” é um filme barato. Aposta em uma construção de época muito bem feita, com cenários e figurinos bem feitinhos, mas não tem financeiro para criar a fantasia e os efeitos necessários. Ao colocar as crianças em uma jornada para ajudar seus pais que estão com problemas financeiros, e no casamento (após uma tragédia), o filme nunca saí de um drama arrastado, e deixa de lado o senso de aventura, a fantasia e a magia necessária para explorar os mundos de Peter Pan e Alice.

As próprias soluções finais para levar Alice e Peter ao seus respectivos universos soam abruptas e jogadas pelo roteiro. E se não tem condições de gastar milhões com efeitos especiais, crie a fantasia e os mundos mágicos utilizando bons e velhos cenários feitos a mão – algo que Hollywood fazia muito bem em seu passado. Algo que o longa “Pinóquio com Robert Begnini conseguiu de certa maneira recriar ano passado – tudo com efeitos práticos, maquiagem e figurino.

Mas “Alice e Peter – Onde Nascem os Sonhos” nunca abraça a fantasia, mas fica restrito a um drama familiar comum e repetitivo. As justificativas para relacionar certos personagens a outros nomes conhecidos das históricas clássicas em questão é vergonhosa, não faz sentido e não tem preparação alguma. Elas existem porque a roteirista Marissa Kate Goodhill quis. Este é o primeiro filme live-action dirigido por Brenda Chapman, que conseguiu resultados melhores quando dirigiu as animações “Valente” e “O Príncipe do Egito” (seu melhor trabalho até hoje).

Disponível nos cinemas. 

Come Away/Reino Unido – 2021

Dirigido por: Brenda Chapman

Com: Angelina Jolie, David Oyelowo, Michael Caine, Jordan Nash, Keira Chansa…

Sinopse: Antes de Peter se tornar Pan e Alice visitar o País das Maravilhas, eles eram irmãos que viviam em uma idílica casa de campo com seus pais e seu irmão mais velho. Após a trágica morte do irmão, Alice (Keira Chansa) e Peter Pan (Jordan Nash) decidem ajudar seus pais, Rose (Angelina Jolie) e Jack (David Oyelowo), a superarem a dor dessa perda tão traumática.

Crítica: “Alice e Peter: Onde nascem os Sonhos” | AToupeira