Crítica: Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022)
“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um dos mais energéticos e extasiantes filmes do…
“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um dos mais energéticos e extasiantes filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. E não entendo as críticas negativas com relação ao filme ser dependente de outros projetos da Marvel para entender alguns elementos da história, sendo que esta vem sendo a proposta do estúdio desde o lançamento de seu universo compartilhado em 2008. E ainda que seja importante assistir “WandaVision”, “Loki” e “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” para entender onde os personagens estão aqui neste filme, o longa consegue se sustentar sozinho como uma trama pessoal de Doutor Estranho e também de Wanda Maximoff – ou agora já autodeclarada A Feiticeira Escarlate.
Mas o grande personagem de “Doutor Estranho 2” é, na realidade, o diretor Sam Raimi – que assumiu o cargo após a saída de Scott Derrickson (que dirigiu o primeiro filme do personagem). Raimi é um desses diretores cheios de personalidade e assinatura própria, e lá no começo do século, em 2002, bem antes de existir universos compartilhados, ele mudou o cinema de super-herói com o lançamento do inesquecível “Homem-Aranha”.
Em “Doutor Estranho 2” ele pode não causar a mesma revolução, mas injeta tanta energia, e criatividade nas filmagens, que o resultado é um filme belíssimo de assistir e de acompanhar, e uma obra que ainda dentro das amarras do ‘padrão Marvel”, consegue parecer diferente e acima da média. As referências ao gênero de terror – que foi onde começou a carreira – colaboram para alguns dos momentos mais ousados e visualmente instigantes de um filme da Marvel Studios. É uma mescla bem vinda que ele já havia feito em sua trilogia do “Homem-Aranha” com Tobey Maguire, e que aqui, se encaixa maravilhosamente bem à temática e temas da história.
O elenco também é excelente. Desde os coadjuvantes sempre bem utilizados como Rachel McAdams e Benedict Wong, passando pela adição da novata Xochitl Gomez até os veteranos da família Marvel, Elizabeth Olsen e Benedict Cumberbatch – este último ressaltando como sempre o imenso carisma e talento como ator e personalidade. Aliás, tanto Feiticeira Escarlate quanto Doutor Estranho ganham a oportunidade de brincar com ‘eus’ diferentes (afinal, é multiverso), e os atores de trabalhar a versatilidade de suas habilidades na atuação.
É claro que sempre terão ressalvas em relação a caminhos escolhidos pelo roteiro. Fãs fervorosos, principalmente, sempre irão encontrar defeitos, ou ‘furos’ na narrativa, mas nada disso prejudica o longa como diversão e conexão emocional com os personagens. E “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um dos entretenimentos mais envolventes e memoráveis da Marvel Studios. A conexão com outros projetos não incomoda, e a direção de Raimi, repito, é a força motriz que torna tudo melhor. Além, claro, de algumas participações especiais que sempre acalentam o coração. Recomendado!
Doctor Strange in the Multiverse of Madness/EUA – 2022
Dirigido por: Sam Raimi
Com: Benedict Cumberbatch, Benedict Wong, Elizabeth Olsen, Rachel McAdams, Xochitl Gomez…
Sinopse: Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de Vingadores: Ultimato, o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Joia do Tempo. Mas um velho amigo que virou inimigo coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. O longa se conecta com a série do Disney+ WandaVision e tem relação também com Loki. O longa pertence a fase 4 do MCU onde a realidade do universo pode entrar em colapso por causa do mesmo feitiço que trouxe os vilões do Teioso para o mundo dos Vingadores e o Mago Supremo precisará contar com a ajuda de Wanda (Elizabeth Olsen), que vive isolada desde os eventos de WandaVision.