Crítica: Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio

Quando o primeiro “Invocação do Mal” foi lançado em 2013, não esperava que seria um filme tão envolvente, angustiante e memorável. A maneira como o diretor James Wan filma os cenários e trabalha as expectativas da plateia é um dos grandes méritos da obra, além de conseguir criar interesse em criaturas realmente assustadoras. A continuação lançada em 2016 também é um exemplar competente da franquia, o que não pode ser dito dos derivados que foram lançados em seguida com os filmes de “Annabelle” e “A Freira”.

Mas voltando para a cronologia principal, temos este ano outro filme de “Invocação do Mal”  baseado em uma história real. A trama explora o caso de um rapaz que foi preso por assassinato, e alegou inocência no tribunal ao dizer que estava possesso por um espirito maligno, e que foi obrigado pelo diabo. Como já foi feito antes na franquia, aqui a história se inspira em um acontecimento verídico para criar um desenrolar de sustos e exageros habituais do gênero terror.

Os dois primeiros filmes de “Invocação do Mal” também utilizam os exageros do gênero, mas o fazem com perspicácia e competência conseguindo criar sequências visualmente instigantes, e apavorantes. A expectativa é trabalhada de tal maneira que nos deixa atônitos, e existe um desenvolvimento de personagens que colabora para a importância do público. Mas senti menos disso tudo neste terceiro capítulo, que infelizmente também não tem James Wan na função de diretor.

O início de “Invocação do Mal 3” é extasiante e já nos coloca de olhos abertos. Mas depois daí, o longa não segura o ritmo e segue um desenrolar padrão e repetitivo como a grande maioria dos filmes de terror lançados por ai. Se antes a franquia conseguiu apresentar ‘criaturas’ visualmente memoráveis (tanto que A Freira e Annabelle ganharam filmes próprios), neste terceiro longa não há um ser sobrenatural que fique na memória após o término. E a própria parte de terror não consegue apresentar situações que não pareçam bobas, clichês e previsíveis. Não temos aqui uma cena como a do ‘esconde esconde’ ou a do menino brincando com um carrinho – como temos nos dois primeiros longas.

Ao fim, “Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio” é tão fraco que logo se esvai da memória e nenhuma cena se difere do todo. Apesar dos costumeiramente ótimos Patrick Wilson e Vera Farmiga como o casal Warren e a ótima fotografia, não basta criar homenagens visuais a clássicos como “O Exorcista” e “O Iluminado” para fazer a experiência valer a pena. Infelizmente, é o mais fraco da trilogia.

Disponível nos cinemas. 

The Conjuring – The Devil Made Me Do It/EUA – 2021

Dirigido por: Michael Chaves

Com: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Ruairi O’Connor…

Sinopse: Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio revela uma história assustadora de terror, assassinato e um desconhecido mal que chocou até os experientes investigadores de atividades paranormais Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga). Um dos casos mais sensacionais de seus arquivos, começa com uma luta pela alma de um garoto, depois os leva para além de tudo o que já haviam visto antes, para marcar a primeira vez na história dos Estados Unidos que um suspeito de assassinato alega ter tido uma possessão demoníaca como defesa.