Crítica: Jurassic World – Domínio (2022)
Tem algumas qualidades, mas no geral, é outro sonífero de uma franquia há muito tempo sem inspiração
Têm filmes que necessitam de muito esforço para se escrever uma crítica. Não por serem fenomenais, ou se quer péssimos, mas por serem tão repetitivos e sem imaginação que é inevitável não falar o que já foi dito antes em outras ocasiões. “Jurassic World: Domínio” entra dentro deste grupo.
Terceiro filme da franquia “Jurasssic World” e o sexto de “Jurasssic Park”, o longa possui alguns méritos como, por exemplo, trazer o elenco do clássico de 1993 como parte integrante da história, e colocar os três atores (Laura Dern, Sam Neill e Jeff Goldblum) juntos no mesmo frame novamente (algo que os recentes “Star Wars” erroneamente não fizeram com seu elenco original) – ainda que eles não sejam tão essenciais para o todo, o carisma do trio é tão forte que relevamos qualquer coisa.
Outro ponto positivo são um ou outro momento onde o diretor Colin Trevorrow (que havia dirigido “Jurassic World” de 2015) entrega situações de suspense competentes, onde conseguimos sentir a imprevisibilidade da ocisião (a cena de Bryce Dallas Howard se escondendo de um dinossauro na floresta é boa!).
Mas fora o que foi citado acima, “Jurassic World: Domínio” é um desperdício de boas ideias e elenco. Neste novo filme, os dinossauros estão se espalhando pelo mundo e convivendo nos mesmos ambientes que seres humanos. É muito simplista (e inocente) acreditar que governos mundiais aceitariam, ou permitiriam, predadores tão mortais à existência humana conviverem juntos conosco (principalmente em um universo que já teve tantas mortes envolvendo tais animais).
No roteiro assinado por Emily Carmichael e o próprio Trevorrow não temos nenhuma menção às poĺíticas mundais para isso, e todo o material promocional que prometia uma trama onde os dinossauros dominariam a Terra (e os conflitos provenientes disso), nada disso é o foco da história. Pelo contrário, temos novamente outra narrativa com uma mega corporação do mau lideradada por um CEO maligno que quer manipular o DNA dos dinossauros em benefício próprio. Sim, já deu e por mais que a vida real seja repleta de corporações malignas, estamos falando de um filme e criatividade é o que falta aos montes aqui.
E daí chegamos ao excesso de personagens em uma roteiro, que no geral, é também monótono e pouco divertido. O filme é sem vida, genérico e sem nenhum tipo de beleza visual realmente marcante. Apesar de ficar um pouco melhor no ato final, até chegar lá a experiência já está exaustiva. Enfim, “Jurassic World: Domínio” segue a falta de criatividade e inspiração de uma franquia que há muito tempo não entrega algo realmente competente. Se nem Spielberg conseguiu superar Spielberg, não vou esperar muita coisa de Trevorrow.
Jurassic World: Dominion/EUA – 2022
Dirigido por: Colin Trevorrow
Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Laura Dern, Sam Neill, Jeff Goldblum…
Sinopse: Em Jurassic World Domínio, sequência direta do longa de 2018, – Jurassic World: Reino Ameaçado – quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, os dinossauros agora vivem – e caçam – ao lado de humanos em todo o mundo. Contudo, nem todos répteis consegue viver em harmonia com a espécie humana, trazendo problemas graves. Esse frágil equilíbrio remodelará o futuro e determinará, de uma vez por todas, se os seres humanos continuarão sendo os principais predadores em um planeta que agora compartilham com as criaturas mais temíveis da história em uma nova era. Os ex-funcionários do parque dos dinossauros, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) se envolvem nessa problemática e buscam uma solução, contando com a ajuda dos cientistas experientes em dinossauros, que retornam dos filmes antecessores. Capítulo final da trilogia iniciada por Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros.