Crítica: Licorice Pizza (2021)
Indicado a 3 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para Paul Thomas Anderson
Nomes como Steven Spielberg, Alfred Hithcock, Christopher Nolan, Stanley Kubrick e outros grandes realizadores do cinema, são o que são porque conseguem pegar uma história qualquer e transformar em uma experiência diferenciada e memorável (geralmente!). E dentro deste grupo temos Paul Thomas Anderson, um sujeito que sempre foi preciso em suas tramas e dirige com uma paixão notória – sua obra-prima “Sangue Negro” é o melhor exemplo disto.
Neste “Licorice Pizza”, Anderson conta uma história sobre crescer e amadurecer durante a adolescência. Ainda que tenha ressalvas com relação ao roteiro, que a partir de certo momento parece não saber onde quer chegar e se arrasta um pouco -, o filme é filmado com uma beleza e pulso tão imersivos e empolgantes que o resultado é acima da média.
Situações triviais ganham peso e contornos emblemáticos, e refletem a nossa própria adoelscência, onde fazíamos e vivíamos situações, que se analisadas hoje, realmente, são difíceis de acreditar. Além dos amores habituais do período, com nosso coração sendo fisgado por mulheres mais velhas e o mundo dentro da nossa cabeça girando descontroladamente (adolescentes…).
Anderson consegue transmitir estes sentimentos com louvor, ao mesmo tempo em que a jornada dos protagonistas passa por várias situações onde o diretor aproveita para mostrar como era a vida em determinada época. Uma época onde não existia celulares ou redes sociais, e onde o prazer era sentido e vivenciado, de fato, pessoalmente com outras pessoas. Assim como a decepção.
“Licorice Pizza” é um filme vigoroso, visualmente lindo e que nos transporta de volta à uma juventude cheia de inseguranças, medos, decepções e alegrias – e onde tudo parecia muito mais legal.
Licorice Pizza/EUA – 2021
Dirigido por: Paul Thomas Anderson
Com: Cooper Hoffman, Alana Haim, Bradley Cooper, Sean Penn…
Sinopse: Gary (Cooper Hoffman) e Alana (Alana Haim) se conhecem por acaso no Vale de San Fernando, em 1973. Apesar de ser dez anos mais novo, Gary não faz questão alguma de esconder seu interesse por Alana, que passa a sentir algo que não consegue compreender pelo rapaz. Ele, precoce, leva uma vida agitada como ator e empreendedor, mas sem deixar de lado as peripécias com os amigos. Ela, em constante conflito consigo mesma e todos que a rodeiam, ainda não encontrou qual rumo seguir. Gary e Alana, enquanto vagam pela ensolarada Califórnia em meio a inúmeros tumultos, serão forçados a confrontar a complexidade traiçoeira do primeiro amor.