Crítica: (2021)
Longa-metragem é dirigido por James Wan, o mesmo diretor de "Jogos Mortais", "Invocação do Mal" e Supernatural"
O diretor James Wan ganhou notoriedade quando lá em 2004 dirigiu o primeiro “Jogos Mortais”. O hit do terror gore, ainda hoje, continua uma obra angustiante, visualmente desconfortante e com uma crítica social interessante por dentro de sua trama repleta de decapitações e sangue (algo que se perdeu ao longo das diversas continuações). Depois disso, Wan retorna ao gênero em 2010 com o sucesso comercial “Supernatural”, e em 2013 crava uma nova franquia de terror no cinema com o ótimo “Invocação do Mal”. A partir daí, a carreira de Wan foi para outros caminhos e ele se mostrou um ótimo diretor de ação em “Velozes e Furiosos 7” (o melhor da franquia, em minha opinião) e depois entrou no mundo dos super-heróis com o empolgante e divertido “Aquaman”.
É importante relembrar a carreira de James Wan para perceber que, não importa o estilo, Wan é um apaixonado por cinema e entende o que é necessário para fazer funcionar um filme dentro de seu respectivo gênero. Podem não ser perfeitos, mas ele sempre proporciona algo, no mínimo, eficiente e competente. Após cinco anos desde que dirigiu um filme de terror (“Invocação do Mal 2”), ele retorna ao gênero com este “Maligno” e entrega uma salada de situações que apesar de estranhas, ao fim, funcionam bem.
Desta vez, Wan explora não somente as clássicas características da casa assombrada, mas o faz sem perder muito tempo com isso e logo injeta outros elementos que flertam minimamente com a ficção científica, e depois com o cinema de monstro gore que marcou muitos clássicos dos anos 60 e 70 em diante. Gosto da objetividade da história e de como Wan prioriza o ritmo da narrativa, sem falar da criatividade com que utiliza a câmera em determinadas sequências.
O filme não é perfeito e possui algumas resoluções fáceis, outras inexplicáveis que enganam de mal gosto o público, e outras escolhas de enredo que soam bobas e risíveis. Mas no geral, quando de fato se assume algo completamente inesperado para o público, o filme se torna estranhamente divertido e envolvente. É uma salada que nos trancos e barrancos funcionou para mim, e entendi as intenções de criar uma obra com um tipo de terror pouco visto hoje em dia.
Disponível nos cinemas e logo no HBO Max, “Maligno” pode não ser perfeito, mas é intrigante o suficiente para divertir e estranhamente surpreender.
Malignant/EUA – 2021
Dirigido por: James Wan
Com: Annabelle Wallis, George Young, Maddie Hasson…
Sinopse: Paralisada por visões chocantes de assassinatos brutais, Madison logo descobre que seu tormento irá piorar quando percebe que esses sonhos lúcidos são realidades.