Crítica: Mulher-Maravilha (2017) – Especial de Férias
“Mulher-Maravilha” não é o primeiro filme de super-heroína já feito. Mas é o primeiro da…
“Mulher-Maravilha” não é o primeiro filme de super-heroína já feito. Mas é o primeiro da personagem mulher mais icônica dos quadrinhos de super-heróis. Criada há 75 anos por William Moulton Marston e Harry G. Peter, o filme demorou mas saiu, e foi um começo importante para esta atual fase da DC.
Dirigido por Patty Jenkins e escrito por Allan Heinberg à partir de uma história desenvolvida por ele, Zack Snyder e Jason Fuchs, o melhor de tudo é que “Mulher-Maravilha” acerta sublimemente ao transmitir a sua mensagem. Em nenhum momento o longa passa a sensação de ser uma obra panfletária com exaustivas mensagens de empoderamento feminino. Pelo contrário, a mensagem ressalta a capacidade da mulher em agir com independência, mas também, fala da importância de qualquer ser humano, seja este homem ou mulher, em trabalhar melhor quando se tem alguém com quem se identifica e lhe ajuda do lado. Não é uma via de mão única e divisória, como muitos grupos acreditam e defendem atualmente, mas é a valorização do todo, da igualdade de ambos, e da importância do amor, confiança e trabalho mútuo- independente do sexo.
O filme é um excelente material por trazer uma heroína importante à altura de grandes heróis homens que já ganharam ótimos filmes para o cinema, como Batman, Superman, Homem de Ferro, Capitão América e outros. E tem em seus dois primeiros atos ótimas qualidades em uma estrutura de roteiro que recicla a história padrão de filmes de origem e jornada do herói. Mas não é uma reciclagem mal feita, e sim, competente, bem humorada e envolvente – graças principalmente ao carisma de Gal Gadot como Diana/Mulher-Maravilha e Chris Pine como Steve Trevor. A química do casal é o fogo necessário para conquistar o coração do público.
Grande parte das cenas de ação também são excelentes. Confesso que o excesso de câmera lenta em certos momentos me causou desconforto, e a diretora Patty Jenkins precisa evoluir bastante neste quesito, mas o dinamismo da câmera e a gravidade dos movimentos e socos da heroína é um show deslumbrante e empolgante.
Mas se o roteiro acerta ao desenvolver seu discurso em prol das mulheres, e do convívio humano, e em delinear o surgimento da personagem e seus poderes, por outro lado possui muitos problemas em relação, principalmente, ao ato final. Além dos vilões péssimos e horrivelmente desenvolvidos – com motivações nulas e zero de tensão – o terceiro ato deixa claro a forte influência de Zack Snyder no projeto. Desde a palheta de cores escuras até o uso excessivo de CGI – tudo no grande clímax é uma salada de cenas excessivamente carregadas de efeitos digitais que não ajudam na criação de um visual crível e bonito. Como se não bastasse o “grande” vilão da história se revelar de maneira vergonhosa, a luta da heroína com uma criatura computadorizada durante o final é broxante. Será que não aprenderam nada com os erros de “Batman VS. Superman” neste aspecto?
No entanto, apesar do fraquíssimo terceiro ato e de algumas situações apressadas e pouco aprofundadas, “Mulher-Maravilha” possui qualidades que não são prejudicadas por tais problemas. É um filme importante para nosso momento. ´E divertido com sutileza e charme e Gal Gadot crava definitivamente o seu nome como A Mulher-Maravilha.
Wonder Woman-EUA
Ano: 2017 – Dirigido por: Patty Jenkins
Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Robin Wright, David Thewlis
Sinopse: Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince (Gal Gadot) nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor (Chris Pine) se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra.