Crítica: O Canto do Cisne (2021) – Apple TV+

“O Canto do Cisne” é uma expressão popularmente usada para descrever as realizações mais importantes de uma pessoa antes de sua morte. A expressão é uma frase figurativa que surgiu a partir de uma crença em que o cisne-branco era totalmente mudo ao longo de sua vida até o momento da morte, quando instantes antes do adeus entoa uma bela canção para o mundo. Um tema pertinente que tem muito a ver com a história deste filme que ganha o nome da famosa lenda.

Na trama, o ator Mahershala Ali interpreta Milo, um pai amoroso e marido dedicado que descobre ter poucos meses de vida mas não quer contar para a esposa grávida. Ele encontra uma solução radical: transferir suas memórias para um clone, e evitar que sua esposa e filhos vivenciam o luto de sua perda.

“O Canto do Cisne” é um filme muito mais intimista do que aparenta. Ao se passar em um futuro evoluído, a obra é uma ficção científica que em nenhum momento contesta o papel da tecnologia na vida cotidiana (como a série “Black Mirror” faz), ou abraça o pessimismo diante da vida como em outros projetos do gênero. É um drama de um homem diante de uma decisão complicada e extremamente pessoal: 1) abrir mãos dos últimos meses de vida ao lado da família para proporcionar a eles uma continuidade de vida com o novo Milo ou 2) contar a verdade e seguir o fluxo natural das coisas.

Dirigido e escrito por Benjamin Cleary, falta ao filme um maior impacto emocional. O projeto é lento e perde a oportunidade de criar um caos maior na vida deste homem que é colocado diante de uma escolha difícil que vai afetar para sempre, de alguma maneira, a sua família. Mas o longa se contenta com o básico e em dramas pouco profundos e envolventes. Mas, felizmente, encontra força no elenco competente encabeçado por Mahershala Ali, Naomie Harris, Awkwafina e Glenn Close.

Mas há momentos tocantes e outros que funcionam pelo carisma, talento e ótima sintonia entre os atores. Além da linda direção de arte limpa que representa bem, e sem exageros, a evolução daquele mundo. Porém, “O Canto do Cisne” não tem aquela fagulha sensorial, e emocional, dos melhores episódios de “Black Mirror”, por exemplo. Infelizmente.

Swan Song/EUA – 2021

Dirigido por: Benjamin Cleary

Com: Mahershala Ali, Naomie Harris, Glenn Close, Awkwafina…

Sinopse: Situado em um futuro próximo, Swan Song é uma jornada poderosa e emocional contada através dos olhos de Cameron (Mahershala Ali), um marido e pai amoroso diagnosticado com uma doença terminal que é apresentado a uma solução alternativa por seu médico (Glenn Close) para proteger sua família da dor. Enquanto Cam se debate se deve ou não alterar o destino de sua família, ele aprende mais sobre a vida e o amor do que ele jamais imaginou. Swan Song explora até onde iremos e quanto estamos dispostos a sacrificar para tornar a vida mais feliz para as pessoas que amamos.