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Crítica: Rei Arthur – A Lenda da Espada (2017) – Especial de Férias

Filme está disponível para assistir na NETFLIX

(Foto: Divulgação)

É incrível o poder da mídia sobre algo. “Rei Arthur – A Lenda da Espada” nem tinha estreado nos cinemas, nem mesmo tinha sido apresentado para a imprensa dias antes da estreia oficial, que muitos já decretavam o fracasso do filme. Não sei se isto parte dos intelectuais esnobes que não aceitam uma super produção puramente descompromissada, ou se é pelo fato do filme adaptar com todas as liberdades possíveis um ícone da literatura inglesa ao colocar o universo do Rei Arthur mesclado com magos, monstros e muita fantasia – como se as próprias lendas do personagem não abrissem espaço para isso.

Quando o longa-metragem do diretor Guy Ritchie (“Sherlock Holmes”) chegou aos cinemas em 2017, foi pisoteado pela crítica norte-americana – principalmente – e obteve resultados abaixo do esperado na bilheteria em seu primeiro final de semana em cartaz. Infelizmente, já que a versão de Ritchie e dos roteiristas Joby Harold e Lionel Wigram para o clássico personagem britânico é uma reinvenção ágil, bem dirigida, com dinamismo de diálogos e ação envolvente. Uma mistura de estilos e temas que Ritchie sabe fazer maravilhosamente bem, e reinventa o personagem para uma nova geração que provavelmente não é familiarizada com o mundo dos Cavaleiros da Távola Redonda.

O mais interessante em “Rei Arthur – A Lenda da Espada” é como Ritchie e os roteiristas imaginam o que teria acontecido com Arthur desde o momento em que ele fugiu do reino de Camelot – ainda criança -, até quando temos o memorável momento onde ele tira a espada da pedra e descobre ser o rei da Inglaterra. Colocar o personagem como um sujeito que cresceu nas ruas, criado por prostitutas e que foi, aos poucos, desenvolvendo um espírito de liderança e negociação esperto e ligeiro para sobreviver, oferece uma liberdade gigante para Ritchie explorar a malandragem dos guetos de Londres e contar isso com uma narrativa inteligente, formada por diálogos ágeis e uma edição frenética que mescla passado, presente e futuro com maestria. Os momentos em que os personagens estão criando algum plano, ou quando o roteiro quer contar sem enrolação a história de alguém, o estilo de Ritchie é decisivo, direto e sem gordura. A passagem de tempo em que mostra o crescimento de Arthur é genial.

Já um dos problemas que vejo neste “Rei Arthur” é a ansiedade e pressa em construir o universo fantasioso proposto pelo filme. Temos uma mistura de O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e o Guy Ritchie de obras memoráveis como “Snatch – Porcos e Trapaças” e “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”, ou seja, o resultado é um mundo interessante e rico, porém, mal desenvolvido e mal explicado em certos momentos. 

Mas ainda assim, considero “Rei Arthur – A Lenda da Espada” uma diversão deliciosa de assistir. Tudo isso graças à já elogiada direção de Ritchie e ao competente elenco que traz bastante carisma ao longa. Charlie Hunnam é um poço de simpatia e talento. Longe de ser aquele sujeito musculoso engessado, Hunnam é um ótimo ator que mistura com destreza humor, drama e ação. É um desses atores que merece um filme de sucesso para crescer muito mais. Já o veterano Jude Law constrói um vilão canastra sob medida e traz profundidade dramática até mesmo quando não a imaginamos.

Não se engane com os comentários maldosos de críticos esnobes, “Rei Arthur – A Lenda da Espada” é um entretenimento pueril ótimo, divertido e empolgante. Vale a investida!

King Arthur: Legend of the Sword-EUA

Ano: 2017 – Dirigido por: Guy Ritchie

Elenco: Charlie Hunnam, Jude Law, Eric Bana, Astrid Bergès-Frisbey, Djimon Hounsou

Sinopse: Arthur (Charlie Hunnam) é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir, enfim, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern, que destruiu sua família.

Rei Arthur - A Lenda da Espada - Filme 2017 - AdoroCinema