Crítica: Space Jam – Um Novo Legado (2021)

Sou desses que gosta, e defende sem medo, os dois filmes live-action que tivemos anteriormente dos Looney Tunes – “Space Jam” em 1996 e “Looney Tunes: De Volta à Ação” em 2003. Primeiro porque são duas obras que entregam justamente o que é a principal proposta dos Looney Tunes: um grupo anárquico repleto de insanidade, metalinguagem e falta de sentido. Aliás, o próprio nome do desenho já diz: ‘cartoons lunáticos’.

Portanto, o novo Space Jam é justamente um filme com estas intenções, e faz jus não somente ao grupo animado liderado por Pernalonga e cia. como também à proposta de criar algo completamente desprovido de senso. “Space Jam – Um Novo Legado” não traz nada de novo, possui a mesma base dramática do filme de 1996 (problemas entre pai e filho), possui novamente um jogador de basquete que é péssimo ator mas tem carisma (antes era Michael Jordan, e agora temos LeBron James), e se sustenta justamente no poder da nostalgia dos Looney Tunes e das referências às propriedades intelectuais da Warner Bros. (Matrix, Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Game of Thrones, Hannah Barbera, Austin Powers, Mad Max, DC, Ricky and Morty e por ai vai. São centenas de easter eggs espalhados por todo o filme.)

“Space Jam – Um Novo Legado” não tem nenhum sentido em absolutamente nada! Os dramas são superficiais e clichês e tudo que acontece no enredo é uma viagem de LSD repleta de exageros e informações na tela. Tudo é além da conta neste novo filme. Tudo é anárquico, insano, desenfreado e desprovido de qualquer equilíbrio narrativo e visual. Para adultos já pouco acostumados com desenhos animados, o filme pode cansar pelo excesso de cores, e movimentos, e ritmo, e idas e vindas de situações que, como os próprios desenhos animados, não possuem a menor lógica – e ainda a história se passa dentro de um computador, daí… não existe limites!

Mas depois de tantas décadas de existência dos Looney Tunes e de dois filmes live-action já lançados no cinema, é de se espantar que “Space Jam – Um Novo Legado” seja justamente tudo isso citado acima? Claro que não! O longa é um puro filme dos Looney Tunes com todas as características que fizeram dos personagens algo tão reconhecido, e amado pelo público. E não somente isto, é também uma modernizada que visa as crianças atuais já inseridas em um mundo de vídeo games, tecnologia, etc.

Com toda a certeza a grande maioria dos críticos irão detestar “Space Jam – Um Novo Legado”. Particularmente, é justamente o filme que esperava ver dos Looney Tunes. Não é perfeito, não é uma obra-prima do cinema e nem são estas as intenções do longa. Em minha opinião, é uma viagem lunática divertida e desequilibrada que irá agradar bastante a criançada e os adultos que ainda possuem paciência e gostam dos Looney Tunes. Como eu continuo gostando, e ainda me divirto pra caramba com os desenhos e filmes anteriores, “Space Jam – Um Novo Legado” é um entretenimento que vale a pena. Isso é tudo pessoal!

Space Jam – A New Legacy/EUA – 2021

Dirigido por: Malcom D. Lee

Com: LeBron James, Don Cheadle, Zendaya, Sonequa Martin-Green…

Sinopse: Em Space Jam: Um Novo Legado, a inteligência artificial, Al G (Dom Cheadle) sequestra o filho de Lebron James e envia o lendário jogador dos Los Angeles Lakers para uma realidade paralela, onde vivem apenas os personagens de desenho animado da Warner Bros. Para resgatar o seu filho, ele precisará vencer uma partida épica de basquete contra superversões digitais das maiores estrelas da história da NBA e da WNBA. Para essa dura missão, King James terá a ajuda de Pernalonga, Patolino, Lola Bunny, dentre outros personagens.