Crítica: Trem-Bala (2022)
Um filme estrelado por Brad Pitt e dirigido por David Leitch já me dá motivos…
Um filme estrelado por Brad Pitt e dirigido por David Leitch já me dá motivos suficientes para ir ao cinema. O primeiro dispensa apresentações, e Leitch foi um dos responsáveis por trazer novo gás ao cinema de ação hollywoodiano com o primeiro “John Wick: De Volta ao Jogo” lançado em 2014. Ele juntamente com o sócio Chad Stahelski reformularam o gênero e conseguiram desenvolver um estilo de ação amplamente copiado desde então. Antes de embarcarem na direção, Leitch e Stahelski começaram como dublês, se tornaram diretores de tal departamento e hoje são donos de uma das mais influentes empresas do segmento em Hollywood, responsável por treinar atores e dublês para criar sequências únicas de ação.
Enquanto Stahelski continua como diretor nas continuações de John Wick, Leitch decidiu abraçar outros projetos, e com a mesma intensidade e criatividade, dirigiu filmes de ação e aventura divertidíssimos e repletos de sequências memoráveis. “Atômica” com Charlize Theron é um thriller de espionagem estiloso e, infelizmente, subestimado; “Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw” é um derivado do mesmo modo insano e empolgante da franquia; “Deadpool 2” eleva mais ainda o tom cômico, violento e surtado do filme original e, agora, com este “Trem-Bala” ele entrega outra aventura cheia de personalidade, diálogos ágeis e personagens afinados no humor e ação.
Adaptado do livro escrito por Kōtarō Isaka, o filme coloca inúmeros personagens – assassinos profissinais – dentro de um trem atrás de uma maleta importante almejada por todos. Enquanto a trama principal acontece quase que inteiramente dentro de um trem-bala indo de Tóquio até Quioto, o roteiro insere breves flashbacks para explicar o contexto de algumas situações e o faz sempre em tom de comédia, favorecendo a diversão do momento e para maquiar a verborragia dos diversos diálogos auto-explicativos. Nem sempre eles são inseridos de maneira fluída, mas no fringir dos ovos o resultado funciona pelo clima frenético e empolgante do projeto.
“Trem-Bala” não é um filme perfeito. Possui aquele roteiro repleto de conveniências que se pensadas com calma, não fazem sentido algum (o plano do vilão e sua intenção por trás de tudo que foi feito é um trabalho desnecessário para uma lenda do crime como ele, mas enfim… suspensão de descrença!). E confesso que tenho um pouco de problema com o terceiro ato e uma sequência que envolve justamente o protagonista do filme: o trem. Além da duração desnecessariamente longa que poderia ter 30 minutos a menos. Mas problemas como este prejudicariam muito mais o saldo final caso “Trem-Bala” fosse um pastiche genérico e sem graça, desprovido de carisma e tesão. E este não é o caso. “Trem-Bala” tem muito carisma em seu elenco e bastante tesão na execução de cada sequência. É nítido o quanto todos os envolvidos estão se divertindo, e isto reflete também na entrega para o públlico.
Perfeito? Não. Divertido? Sem dúvida! “Trem-Bala” é um entretenimento pipoca que merece o cinema! Recomendado!
Bullet Train/EUA – 2022
Dirigido por: David Leitch
Com: Brad Pitt, Aaron Taylor-Johnson, Joey King, Bryan Tyree Henry, Hiroyuki Sanada, Logan Lerman, Michael Shannon, Zazie Beetz, Andrew Koji, Sandra Bullock…
Sinopse: Em Trem-Bala, Ladybug (Brad Pitt) é um assassino azarado, determinado a fazer seu trabalho pacificamente depois de muitas missões saírem dos trilhos. Quase desistindo de sua carreira, ele é recrutado por Maria Beetle (Sandra Bullock) para coletar uma maleta em um trem-bala indo de Tóquio para Morioka. O destino, no entanto, pode ter outros planos, pois a última missão de Ladybug o coloca em rota de colisão com adversários letais de todo o mundo – todos com objetivos conectados, mas conflitantes. A bordo estão os companheiros assassinos Kimura, Prince, Tangerine e Lemon. No trem mais rápido do mundo – um dos trens-bala Shinkansen, no Japão – Ladybug fica sob ameaça com uma bomba que explodirá automaticamente se o trem diminuir a velocidade abaixo de 80 quilômetros por hora, a menos que um resgate seja pago. E ele precisa descobrir como sair.