Crítica: Um Lugar Silencioso – Parte 2
Dirigido por John Krasinski e com Emily Blunt no elenco, continuação mantém a qualidade do suspense e tensão do original
“Um Lugar Silencioso – Parte 2” continua a história exatamente do momento em que finalizou o primeiro filme. Mas antes, o longa dirigido novamente por John Krasinski e estrelado por Emily Blunt, nos apresenta o começo do terror quando os monstros alienígenas chegaram à Terra e começaram a exterminar os seres humanos. Acompanhamos o personagem de Krasisnki e sua família em um dia normal e tranquilo na pequena cidadezinha, até que uma bola de fogo ressoa pelo céu e instantes depois a pacata cidade se transforma em uma zona aterrorizante de gritos, sangue e correria.
Este começo durante o intitulado ‘Dia 1’ é um desses momentos magistrais da Sétima Arte em que a linguagem cinematográfica é utilizada em favor de uma narrativa, e a direção entende a importância do silêncio, o uso da câmera e em como criar a tensão utilizando o menos possível de cortes e movimento. É um sinfonia que Krasinki entende maravilhosamente bem e que nitidamente mostra o conhecimento do diretor pelo cinema de suspense pavimentado por mestres como Alfred Hitchcock, John Carpenter, Steven Spielberg, William Friedkin e outros.
Apesar de não existir o ineditismo que favorecia o filme original de 2018, “Um Lugar Silencioso – Parte 2” mantém sua escala sem abusar da soberba e continua a história da família protagonista. O longa expande minuciosamente o mundo introduzido no antecessor ao mostrar com maiores detalhes os monstros, e leva a trama adiante com novos seres humanos e uma solução para uma vivência pacífica e longe dos perigos das criaturas.
Se o início do filme é cinema realizado com gana e fervor, Krasisnki não perde o ritmo com o desenrolar da história. A cada momento, a cada situação o enredo de “Um Lugar Silencioso – Parte 2” é um aglomerado de tensão, angústia e ansiedade. É cinema raiz realizado com inventividade, maestria e propósito. Cada cena é importante e cada peça do ‘tabuleiro’ é essencial. Assim como o elenco formidável encabeçado por uma excelente Emily Blunt (pra variar!), Millicent Simmonds (melhor ainda que no primeiro), e agora a adição do sempre ótimo Cillian Muprhy – também uma peça importante da trama.
Minha ressalva fica unicamente para um determinado momento (que envolve o filho do meio, interpretado pelo jovem Noah Jupe), em que o roteiro força uma situação com o personagem para gerar suspense. Uma ação que soa sem fundamento e descartável.
Mas diante do todo, “Um Lugar Silencioso – Parte 2” é um filmaço visceral que mantém a qualidade da franquia. Até mesmo o gancho final para um terceiro filme não soa, apenas, como uma decisão corporativa, mas tem base narrativa e sentido para o desenrolar da história.
A Quiet Place – Part 2/EUA – 2021
Dirigido por: John Krasinski
Com: Emily Blunt, Millicent Simmonds, Cillian Murphy, Noah Jupe, Djimon Hounsou…
Sinopse: Em Um Lugar Silencioso – Parte 2, logo após os acontecimentos mortais do primeiro filme, a família Abbott (Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe) precisa agora encarar o terror mundo afora, continuando a lutar para sobreviver em silêncio. Obrigados a se aventurar pelo desconhecido, eles rapidamente percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças que os observam pelo caminho de areia.