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Crítica: Um Ninho Para Dois (2021) – Netflix

Disponível na Netflix, longa-metragem é estrelado por Melissa McCarthy e Chris O'Dowd

(Foto: Reprodução/Netflix)

Em tempos passados, “Um Ninho Para Dois” seria lançado nos cinemas e teria grandes chances de conquistar o coração do público com seu tom meloso e novelesco (tem cara de filme de premiação). Nada contra, é um estilo de narrativa e sempre quando bem realizado é capaz de divertir, emocionar e ficar marcado na memória. Mas os tempos mudaram, e filmes assim raramente estão ganhando a telona hoje em dia. Pouco confiante para a temporada de prêmios deste final de ano, a Netflix lança agora sem muito alarde este drama sobre recomeços estrelado por Melissa McCarthy e Chris O’Dowd.

Melissa McCarthy é mais conhecida por comédias, mas aos poucos tem buscado caminhos mais dramáticos como no ótimo “Você Poderia Me Perdoar?”, ou na péssima minissérie “Nove Desconhecidos” ou agora neste água com açúcar “Um Ninho Para Dois”.

Na trama, o bebê de Lily (McCarthy) e Jack (O’Down) morre levando este último a se internar em uma clínica de reabilitação, enquanto Lily precisa cuidar da casa, trabalhar e lidar com os próprios sentimentos. Certo dia, ela decide arrumar o jardim de sua casa mas logo é atormentada por um pássaro agressivo. Sem saber o que fazer, ela conhece um veterinário e ex-psiquiatra (Kevin Kline) que também possui sua própria parcela de percalços e problemas, mas cujos conselhos podem ser imprescindíveis para ajudar Lily.

“Um Ninho Para Dois” possui intenções boas, sua condução é feita claramente para tocar o público (algo que explica o excesso de músicas emocionantes para tal), e nada contra histórias sentimentais com este intuito. Aqui temos um casal que sofreu uma perda drástica e vai precisar reaprender a voltar aos eixos, a seguir em frente e não ser acometidos pela culpa e a saudade – algo que muitos já vivenciaram.

Mas apesar da trilha bonitinha e das tentativas de emocionar, o filme possui uma condução estranha que não se encontra muito bem entre a comédia e o drama. Falta ao filme maior engajamento nos conflitos e em construir com mais ousadia a trajetória de reconciliação e perdão de seus personagens. O enredo, às vezes, perde tempo enrolando em situações cansativas e que prejudicam o resultado final. Mas acredito que vai encontrar o seu público e muitos ficarão emocionados (em grande parte, talvez, pela identificação com a própria vida). Caso seja este o seu caso, o filme já valeu a pena.

The Starling/EUA – 2021

Dirigido por: Theodore Melfi

Com: Melissa McCarthy, Chris O’Dowd, Timothy Olyphant, Kevin Kline…

Sinopse: Em Um Ninho Para Dois, o bebê de Lilly (Melissa McCarthy) e Jack (Chris O’Dowd) morre, levando-o a uma internação em uma clínica de reabilitção devido ao sentimento intenso de tristeza. A esposa fica em casa sozinha e decide construir um jardim para ajudar o marido quando ele voltar à casa. Ela então passa a ser atormentada por um pássaro agressivo e decide procurar um veterinário para saber como se livrar do animal de forma humana. O profissional que a esposa encontra costumava ser um psiquiatra, mas largou tudo para ajudar os animais, e acaba dando conselhos inesperados.

The Starling (2021) - IMDb