Crítica: ‘Vingadores: Ultimato’ encerra saga da maneira como os fãs e os cinemas queriam
É impossível fugir de Vingadores: Ultimato. A produção é mais que um filme; é um…
É impossível fugir de Vingadores: Ultimato. A produção é mais que um filme; é um evento cinematográfico. Mesmo quem torce o nariz para super-heróis vai ouvir falar deles por semanas. O longa que dizimou as outras produções das salas de cinema rendeu (em menos de uma semana) US$ 1,2 bilhão em bilheteria, valor que já o coloca entre as 20 maiores arrecadações de todos os tempos.
A culminação da saga que começou há 11 anos pode ser comparada ao último capítulo de uma novela: histórias de reconciliação, segundas chances, acerto de contas, muito riso e choro. Só faltou casamento. Além de um presente para os fãs da Marvel, Ultimato também um bom divertimento para quem quer apenas embarcar numa aventura. A nostalgia e a expectativa de mais de uma década de histórias são concluídas em 3h de duração, que passam “num estalar de dedos”.
Não é preciso ter assistido a todos os 21 filmes anteriores para apreciar Ultimato. Contudo, a primeira metade do longa, marcada por reencontros e esperança, é mais lenta e exigirá paciência de quem anseia logo por ação. O primeiro ato é marcado também pelo humor, já característico e muitas vezes clichê.
Os diretores do filme, Joe e Anthony Russo, parecem ter levado a produção no automático, focando nos efeitos especiais e esquecendo-se por exemplo de uma atenção especial à fotografia e à montagem. Nada que estraga a experiência do público-alvo, que não espera grandes inovações na direção de um filme de super-herói.
As saídas fáceis do roteiro podem atrapalhar o filme para o público mais crítico. Os furos na história e a explicação meia boca sobre o espaço-tempo envolvendo o reino quântico (inclusive citando De Volta Para o Futuro e outros filmes do gênero, numa cena que parece ter sido feita apenas para confundir o público de uma explicação plausível) logo são esquecidos.
Em Ultimato, personagens secundários em seus próprios filmes ganham destaque e fazem toda a diferença. É o caso de Nebula, de Guardiões da Galáxia, que aqui tem um ponto chave no desenrolar da trama. Gavião Arqueiro, Okoye e Máquina de Combate também brilham. Homem-Formiga além do tradicional alívio cômico, representa a esperança de reverter o feito de Thanos e também têm destaque.
Outros personagens queridos do público aparecem apenas em pequenas pontas ou participações especiais. Mas o filme acerta na difícil missão de trabalhar as narrativas individuais e a evolução de cada personagem sem perder de vista a trama central. E claro, em filmes futuros ainda teremos muito para ver de vários personagens “deixados de lado”.
O cinema no século 21 vêm sendo dominado por super-heróis. Produções feitas com muito dinheiro para lucrar mais dinheiro ainda. Se valendo disso, a Marvel Studios cuidadosamente criou um universo rico e complexo para contar as histórias de uma legião de personagens que o público conhece e se identifica de algum forma.
Em Vingadores não temos um universo tão crível e fantástico como o criado por J.K Rowling em Harry Potter, por exemplo. Porém, a Marvel realizou um feito impensável e uma revolução em termos de narrativa. Ultimato é o final de ciclo digno de uma extensa saga que colocou os super-heróis nos primeiros lugares de bilheterias nos últimos anos ao redor do mundo.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo