‘Da Cor do Pecado’ estreia no Viva nesta segunda (19); confira curiosidades da trama

Uma grande protagonista está de volta no canal Viva: Da Cor do Pecado. A produção será reexibida de maneira integral nesta segunda-feira (19) no canal pago a partir das 23h15. A trama, escrita por João Emanuel Carneiro, contou com 185 capítulos e foi originalmente exibida em 2004 no horário das 19 horas pela Rede Globo. A novela se tornou um marco da emissora por trazer a primeira protagonista negra, foi interpretada por Taís Araújo.

A produção foi o início de uma sequência de muitos sucessos com a assinatura de João Emanuel e o levou a ter carta branca dentro da emissora. Isso porque Da Cor do Pecado – que foi a primeira novela do autor – se tornou a maior audiência do horário das 19h da década de 2000. A produção registrou 43 pontos de média geral, mas atingiu picos de 51 em alguns momentos.

A segunda novela de João Emanuel também se tornou uma das queridinhas da faixa: Cobras & Lagartos. O autor foi chamado para alavancar a audiência do horário devido ao fracasso Bang Bang, de Mário Prata. Esta não foi aceita pela público e, por vários momentos, perdeu a liderança para Prova de Amor, da Record TV – feito inédito até então no horário. Após dois sucessos ininterruptos, o autor já foi alçado para desenvolver uma sinopse para o horário nobre, daí veio A Favorita e o fenômeno Avenida Brasil.

Inclusive, João Emanuel Carneiro detém a autoria das novelas mais exportadas da Rede Globo: Da Cor do Pecado já foi vendida para mais de 100 países e Avenida Brasil, que é a mais exportada, foi comercializada em 130 nações pelo mundo.

Romance Inter-racial

A trama traz como o enredo principal o romance inter-racial entre Preta e Paco (Reynaldo Gianecchini). Eles se conhecem em São Luís, Maranhão, durante uma viagem que ele faz ao local para uma pesquisa sobre ervas medicinais. Apaixonado pro Preta, Paco decide voltar para o Rio de Janeiro e terminar o seu relacionamento com Bárbara (Giovanna Antonelli).

A vilã é ambiciosa e interesseira. Após ficar completamente falida, vê em Paco a oportunidade perfeita de não perder status e dinheiro, e tenta dar o golpe da barriga no botânico. Confuso, ele decide abandonar tudo no Rio e volta à capital do Maranhão para se casar com Preta.

Mas Bárbara não ia deixar isso barato e vai atrás da sua única oportunidade de se dar bem. Ela arma para que Paco pense que a amada o traiu com o ex-namorado dela, Dodô (Jonathan Haagensen). O mocinho fica atordoado com a situação e decide voltar para o Rio. A vilã, não satisfeita, convence Afonso Lambertini (Lima Duarte) de que o filho está louco e necessita ser internado em um hospício. Para que isso não aconteça, ele decide fugir de helicóptero e leva consigo a megera. Após uma discussão entre os dois, Paco lança a aeronave no mar. Bárbara consegue se salvar após nadar até uma praia, mas o mocinho não é encontrado.

Todos choram sua morte, inclusive Preta. A essa altura, a vilã recebe uma pensão da família Lambertini por ser a mãe do filho de Paco, mas vê que a farsa corre risco após a nordestina ir ao Rio de Janeiro. Preta nunca quis saber da fortuna do amado, mas, com o crescimento do filho Raí (Sérgio Malheiros) e a morte da mãe, Lita, por causa de leucemia, ela decide ir à cidade maravilhosa para apresentar o filho à família do amado.

Raí tem um aproximação legítima com Afonso, que é o seu verdadeiro avô. O patriarca da família Lambertini começa a rever todos os seus preconceitos e antigas convicções. Entretanto, a relação fica abalada após Afonso pedir um exame de DNA, fazendo acreditar que a mãe e ele seriam golpistas.

Comédia

Por ser uma marca as novelas que integram à faixa das 19 horas, Da Cor do Pecado não deixou a desejar em situações cômicas. Pai Helinho, personagem de Matheus Nachtergaele, é um falso vidente que ganha a vida enganando as pessoas dizendo que se comunica com seus parentes falecidos. Para que isso aconteça, ele conta com a ajuda de Cezinha (Arlindo Lopes). O amigo faz consultas prévias com os clientes e repassa as informações à Helinho para que o ele possa simular o recebimento de informações do além.

O problema é que Helinho passa realmente a ser atormentado por espíritos e recorre ao pai de santo Gaudêncio (Francisco Cuoco) para tentar se livrar das assombrações. Um desses espíritos é do falecido marido de Tancinha (Vanessa Gerbelli), mulher que o vidente passa a ser envolve. Pai Helinho foi responsável por colocar na boca do povo o bordão “pepepeô”.

Dois outros personagens que divertiram o público foram Verinha (Maitê Proença) e Eduardo (Ney Latorraca). Os dois são pais da grande vilã da trama e são grã-finos decadentes. Apesar de estarem separados, o ex-casal ainda divide o mesmo apartamento, coisas materiais e até comida. A pobreza dos dois passam de ser apenas econômica e evoluiu para ser de espírito, já que não perdem a pose. Para sobreviver, eles começam a aplicar golpes com a ajuda de Becki (Graziela Moretto).

Entretanto, os personagens mais cômicos estão na Família Sardinha. Rosi Campos deu vida à Edilásia, que era chamada de Mamuska pelos seus cinco filhos – Apolo (Reynaldo Gianecchini), Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e Abelardo (Caio Blat).

A família é reconhecida pelo estilo bem particular de lutar, que foi herdado dos antepassados do patriarca Napoleão Sardinha. O objetivo de Edilásia é tornar os filhos exímios lutadores, com exceção de Abelardo, que sonha em ser maquiador, o que não agrada a mãe.

O segredo do modo de lutar está na sopa mágica, que faz com que eles ganhem um força fora do comum. A receita é guardada a sete chaves pela matriarca da família. As confusões entre o clã aumentam com a chegada da fogosa Tina (Karina Bacchi), que se envolve com todos os irmãos Sardinha, pelo veterano surfista Frazão (Sidney Magal), que conquista Mamuska com o seu jeito similar de lutar ao de sua família, e das irmãs Bazaróv – Greta (Samara Felippo), Nieta (Fernanda Paes Leme) e Natasha (Tarciana Saad). Elas são lutadoras e adotam um visual semelhança ao de Edilásia, com um coque em cada lado da cabeça.

Final

Um dos mistérios da novela é que Paco e Apolo são irmãos gêmeos. Após a queda do helicóptero em que o mocinho estava, ele acaba sendo salvo por Ulisses, que pensa que ele é Apolo. Este, por sua vez, também desaparecera no mar no mesmo dia do acidente do irmão. Paco vê a oportunidade como uma nova chance e passa a se portar como o irmão, mesmo com toda a dificuldade, já que eles são completamente opostos.

Por fim, descobre-se que Paco é filho de Afonso e Mamuska. Ela trabalhou muitos anos na casa da família Lambertini, teve um relacionamento com o patrão e ficou grávida. Como a esposa de Afonso não podia ter filhos, ele exigiu que Mamuska entregasse a criança; como teve gêmeos, ela dá apenas um dos filhos.

A única pessoa que sabe de toda a história é Germana (Aracy Balabanian), governanta da família.

Bárbara, a essa altura, já está envolvida com Tony (Guilherme Weber), que quer vingar a morte do pai após o mesmo se matar depois de ser arruinado por Afonso. O vilão consegue concretizar esse fato. Porém, no final de trama, a vilã mata o comparsa com um tiro no peito e depois se mata ao ser atirar de um penhasco. Paco volta a ser quem ele era e a viver o grande amor com Preta. O irmão Apolo ressurge no último capítulo após todos saberem que ele não morreu e, sim, viveu em uma ilha após ficar desmemoriado.

Curiosidades

A novela seria ambientada na Bahia, mas devido à dificuldade de locações, a trama teve o Maranhão como cenário dos capítulos iniciais. O estado nordestino também se tornou locação de Segundo Sol, outra produção de João Emanuel Carneiro.

O autor trouxe alguns elementos que estariam presentes em futuras obras. Uma delas é o lixão. Em uma das cenas, Bárbara é abandonada no local por Tony após ser obrigada a ser vestir de noiva. A gravação ocorreu em um depósito de verdade. Uma cena parecida também foi produzida em Cobras e Lagartos, também envolvendo os vilões da trama: Estevão (Henri Castelli) e Leona (Carolina Dieckamann).

O lixão também voltou a ganhar destaque em Avenida Brasil, na qual era um núcleo importante e presente em toda a trama.

Miley Cyrus se inspirou na cena em que Afonso manda assustar a vilã com uma bola de destruição para abalar as estruturas casa que a mesma acabara de comprar de Germana para compor o clipe de Wrecking Ball. 

Tudo bem, este repórter sonhou um pouco. Mas não tem como negar que a cena faz lembrar o clipe da eterna Hannah Montana.

As vilãs criadas pelo autor também também ganharam destaque por serem loiras. A percursora foi Bárbara. Logo em seguida vieram Leona (Carolina Dieckamann, Cobras e Lagartos), Flora (Patrícia Pillar, A Favorita), Carminha (Adriana Esteves, Avenida Brasil) e Atena (Giovanna Antonelli, A Regra do Jogo). A saga foi quebrada em Segundo Sol, onde a dupla de vilãs feitas por Adriana Esteves e Deborah Secco tinham o cabelo com tons acastanhados.

Kelly Key foi convidada para interpretar a Tina, mas negou o convite alegando que queria focar na carreira musical. Karina Bacchi estava escalada para viver Moa, papel que ficou para Alinne Moraes. A novela foi a primeiro trabalho de Jonathan Haagensen, que foi destaque no filme Cidade de Deus, e de Matheus Nachtergaele. Em Da Cor do Pecado, Giovanna Antonelli deu vida à primeira vilã de sua carreira.

A novela também foi um elo que aproximou Taís Araújo e Lázaro Ramos. O casal estão juntos há 15 anos. Em diversas entrevistas, o ator contou que conheceu a amada na época que ela grava a novela. “O Lázaro sempre ia ao estúdio em que eu estava, dizendo que ia visitar o amigo Matheus Nachtergaele”, completou a atriz em uma participação no Altas Horas. Apesar disso, os dois só iniciaram um romance após uma amiga em comum lhe apresentarem.

O destino queria unir os dois a qualquer custo e uma das formas disso foi o par romântico que eles fizerem em Cobras e Lagartos, como Foguinho e Helen. Lázaro e Taís ainda atuaram juntos em Geração Brasil e na série Mister Brau.