O ator americano Kevin Spacey, vencedor do Oscar por “Beleza Americana”, postou em suas redes sociais nesta véspera de Natal (24) um vídeo em que, vestindo um avental com estampa de Papai Noel, fala como seu fosse seu personagem mais recente, Frank Underwood, da série “House of Cards”.
Em “Let Me Be Frank”, que pode significar tanto me deixe ser o Frank como me deixe ser franco, Spacey incorpora o papel do inescrupuloso político que interpretou.
“Claro, eles tentaram nos separar, mas o que temos é tão forte, tão poderoso. Afinas de contas, dividimos tudo, eu e você. Contei a você meus mais profundos e obscuros segredos. Mostrei de que exatamente as pessoas são capazes. Choquei você com minha honestidade, mas, principalmente, eu mudei você, fiz você pensar. E você confiou em mim, mesmo sabendo que não deveria. Então, ainda não terminamos, não importa o que digam. Além do mais, sei o que você quer. Você me quer de volta.”
Assista ao vídeo de Kevin Spacey revivendo Frank Underwood:
Spacey perdeu o papel de protagonista na produção da Netflix após múltiplas denúncias de abuso pouco depois do escândalo com o produtor Harvey Weinstein -e também foi removido do filme “Todo o Dinheiro do Mundo”.
O vídeo “Let Me Be Frank” veio na sequência da notícia de que ele será indiciado por agressão sexual em Cape Cod and the Islands, no estado americano de Massachusetts, em 7 de janeiro. A vítima seria um rapaz de de 18 anos.
O ator ainda é acusado por mais de dez homens. Uma investigação contra ele também foi aberta em Londres.
Ele engrossa a ampla lista de homens na indústria do entretenimento e na política que foram acusados de condutas sexuais inapropriadas, parcialmente como resultado do movimento #MeToo nas redes sociais.
Sob pressão, a Netflix decidiu matar o ator na trama. “Você nunca me viu morrer de fato, viu?”, questiona Spacey no vídeo. Na sequência, ele coloca um anel parecido com o do personagem Frank Underwood.
“Conclusões podem ser tão enganadoras… Sente minha falta?”, pergunta o ator, antes de encerrar a gravação.
Segundo a revista The Hollywood Reporter, a Netflix não quis comentar o vídeo.