Deputado que ofendeu Daniela Mercury é obrigado a pedir desculpas para se livrar de processo
O deputado pastor sargento Isidório (Avante), que acusou Daniela Mercury, 53, de promover o que…
O deputado pastor sargento Isidório (Avante), que acusou Daniela Mercury, 53, de promover o que ele chamou de “sindicato da viadagem”, terá que acatar uma série de condições para não sofrer processo criminal.
O Ministério Público da Bahia determinou, após pedido do advogado da cantora, que o deputado deve pedir desculpas públicas a Daniela, por meio de vídeo, esclarecendo que ela não ofendeu religiões ou símbolos sagrados.
Além dos esclarecimentos, Isidório deve doar 20% dos cinco primeiros salários que ele receberá como deputado federal a duas entidades filantrópicas definidas pela artista: o Centro Projeto Axé de Defesa e Proteção à Criança e ao Adolescente e o Instituto Nice de Apoio às Mulheres Travestis e Mulheres Transexuais.
Caso não concorde com a determinação ou deixe de cumpri-la, o deputado pode se tornar réu pelo crime de injúria. Ele pode optar por não assinar o acordo e dar sequência à ação penal, ruma à sentença.
Conhecido como transação penal, o tipo de acordo que o advogado de Daniela e o Ministério Público tentam firmar com Isidório pode ser utilizado para evitar processos criminais. O recurso pode ser utilizado uma vez a cada cinco anos por determinada pessoa.
Entenda o caso
A cantora apresentou uma queixa na Justiça contra o político após ele divulgar um vídeo, em agosto passado, chamando Mercury de “escrava de satanás”, “puta” e “endemoniada”. Ele disse ainda que ela está com “problema de psiquiatra” e desrespeita os símbolos sagrados ao dizer que Jesus é gay, fazendo “sindicato da viadagem”.
Em outro ponto do vídeo, o pastor diz que já foi gay, mas conheceu Jesus e sua vida foi transformada. Ele segue dizendo que “borracha não é pênis” e sexo deve ser feito “com pênis e vagina”, condenando relações homossexuais.
O de Isidório teria sido motivado pelas críticas de Daniela Mercury ao governo de Pernambuco por cancelar a apresentação da peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, no Festival de Inverno de Garanhuns, onde Jesus seria interpretado por uma atriz transsexual. Em show no mesmo evento, em 21 de julho de 2018, ela classificou a decisão de censura e “ignorância absurda”.
Na semana passada, o deputado faltou na audiência de conciliação que tinha com a cantora.