Dia do Orgulho Nerd e Geek: apesar do preconceito, cultura ganha mais adeptos

Na data de 25 de maio, diversos países celebram o Dia do Orgulho Nerd ou o Dia da Cultura Geek. A comemoração foi criada em referência ao lançamento do filme “Star Wars: Uma Nova Esperança“, de 1977, e ao “Guia do Mochileiro das Galáxias“, de Douglas Adams.

Com a popularização do universo nerd e geek, a data ganhou extrema importância para seus praticantes. A partir da criação de outros grandes filmes de super-heróis, séries, jogos, livros, HQs e obras de ficção, a cultura reuniu adeptos por todo o planeta. Em Goiânia, por exemplo, o prefeito Rogério Cruz sancionou uma lei que reconhece oficialmente o Dia da Cultura Geek para a capital, a ser comemorado anualmente, na data de 25 de maio (Lei Nº 11.154).

O universo geek na vida do goiano Arthur Lenox

Nerds e geeks são pessoas que possuem interesses tecnológicos e na ciência, como é o caso do goiano Arthur Lenox, de 30 anos, também conhecido como ‘King’. Mesmo formado em engenharia civil, ele atua como produtor de eventos geek e já disputou diversos concursos de cosplay. “O universo geek sempre esteve presente em minha vida, por amor aos diversos personagens e histórias divertidas. Mas quando comecei a atuar como cosplay e a trazer essas figuras icônicas para a realidade, e ainda pude trabalhar com isso, foi uma realização pessoal e profissional muito grande”, comenta.

No Dia do Orgulho Nerd, Lenox contou ao Mais Goiás que a cultura geek está presente em sua vida diariamente. “Inclusive meu aniversário de 30 anos, intitulado como “A Lenda de King”, foi totalmente focado na cultura geek, com barras de chocolate Wonka, hambúrguer de Siri, cenários temáticos de Harry Potter e apresentações de Avatar”, lembrou.

Grande fã dos personagens Ash (Pokémon) e Flynch (O Detetive do Tempo), King diz que gosta muito de grandes jornadas, que são possibilitadas por meio dos filmes, HQs e jogos. “Admiro muito os personagens aventureiros, que desbravam o mundo. Isso porque também adoro viajar”, avalia, lembrando ainda de suas diversas viagens por inúmeros países.

“Apesar de ser considerada relativamente nova, a cultura merece respeito”, diz Arthur Lenox

Desde os primórdios, nerds e geeks enfrentaram estereótipos e preconceitos. No entanto, com o passar dos anos, a cultura nerd tem se tornado cada vez mais natural, quebrando barreiras e unindo pessoas de diferentes idades, gêneros e nacionalidades.

Apesar da evolução da cultura, atuar como cosplayer pode não ser uma tarefa fácil, podendo ocasionar um certo preconceito. “Infelizmente, o preconceito é algo que ainda acontece devido às pessoas não estarem acostumadas a ver outros indivíduos vestidos de personagens, caminhando pela cidade”, lamenta.

Arthur Lenox diz que, apesar dos desafios, inúmeros cosplayers são super admirados e acabam influenciando uma gama de seguidores. Além disso, sua paixão pela cultura e dedicação são nítidos, independente de qualquer circunstância.

De acordo com Lenox, uma possibilidade de inclusão cultural e normalização seria a execução periódica de ações promovidas pela iniciativa pública. “Abrir mais atividades para a população com temática geek, com personagens, videogames e apresentações de k-pop seria uma ótima forma de permitir que mais pessoas possam conhecer e ter acesso a essa cultura. Outra solução seria fortalecer a inserção da categoria geek nos editais de cultura”, acredita.

Respeito e crescimento

Questionado pelo Mais Goiás sobre os comparativos da cultura geek/nerd com outros tipos de manifestações culturais, King acredita que ela precisa ser respeitada. “A cultura geek é relativamente nova, embora exista há bastante tempo. O respeito é uma pauta que nós, praticantes, estamos trabalhando para que a cultura possa ter mais visibilidade e que seja dada sua devida importância”, acredita.

Arthur lembra que nos últimos anos, a cultura geek não era reconhecida dessa forma. “Era vista apenas como um hobby, o que mudou. Depois, sua força foi mostrada e acabou impactando a população. Agora a cultura geek está sendo inserida até mesmo em pautas municipais de cultura”, finaliza.