Diagnosticada com epilepsia, Laura Neiva fala sobre a doença
"A questão das mulheres acharem que não podem ter filhos por causa da epilepsia, é uma pena. Precisamos falar mais sobre isso", diz a atriz
A atriz Laura Neiva, 27 anos, foi diagnosticada com epilepsia quando tinha 19 anos. Contudo, Neiva resolveu falar publicamente sobre o assunto somente agora. Atualmente casada com Chay Suede e mãe de Maria, de 11 meses, Laura disse que “existe uma falta de informação grande sobre a epilepsia”.
“Percebi que as pessoas têm dúvida sobre essa doença e que falta informação. Eu tenho acesso a médicos e isso me dá conhecimento e informação. Posso me tratar e falar sobre a doença, mas acho muito triste que as pessoas não conheçam de fato, não saibam o que fazer se, por acaso, entrarem em contato com alguém tendo uma crise, não sabem identificar qual a diferença entre ter uma convulsão e ser epilético. São coisas diferentes”, afirmou Laura Neiva em entrevista à Revista Quem.
A esposa de Chay Suede disse que a doença é um tabu na sociedade e que circulam muitas noções do que uma pessoa com epilepsia pode ou não fazer, mas que muitas informações estão incorretas.
“A questão das mulheres acharem que não podem ter filhos por causa da epilepsia, é uma pena. A falta de informação sobre a doença mostra que precisamos falar mais sobre isso. De alguma forma, essa doença é um tabu. Desde sempre foi um tabu por causa das convulsões. As pessoas têm medo”, acrescenta Laura Neiva.
“A quantidade de epiléticos é muito maior do que eu imaginava. A questão das mulheres acharem que não podem ter filhos por causa da epilepsia, é uma pena. A falta de informação sobre a doença mostra que precisamos falar mais sobre isso”, continua a atriz.
O que é a epilepsia?
Segundo Saulo Nader, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, a epilepsia é como se fosse um curto-circuito do cérebro. “Imagina que você tem um liquidificador que entra em curto. Ele desliga e para de funcionar. Com o cérebro é a mesma coisa, se ele entra em curto, desliga e liga de novo.”
“Felizmente, nosso órgão não queima como o eletrodoméstico”, diz. Esse “curto” é a convulsão, que dura poucos minutos. Aos poucos, o cérebro reinicia suas funções. Para o diagnóstico correto, o especialista pede, além da descrição do ocorrido, exames de ressonância magnética e eletroencefalograma.
*Com informações do UOL