Em entrevista, Madonna revela assédio de produtor e passado com Donald Trump
'Diziam que podia fazer isso porque ele tem poder', disse Madonna sobre abusos. Cantora também comentou sobre os supostos encontros com Trump
A cantora Madonna revelou em uma entrevista publicada nesta quarta-feira (5), que também sofreu assédio do produtor Harvy Weinstein, com quem trabalhou nos anos 1990. Há décadas, Weinstein é acusado de má conduta sexual, chegando a ser expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em 2017. Ele nega as acusações.
Prestes a lançar seu novo álbum, “Madame X“, Madonna disse que Weinstein “ultrapassou todo tipo de linhas e barreiras, flertou comigo e fez propostas sexuais”, mesmo sendo casado e a cantora recusando os avanços dele. “Todo mundo dizia ‘Harvey pode fazer isso porque ele tem poder e sucesso”, revelou a cantora.
Quando soube das denúncias feitas contra ele, a cantora disse que não comemorou, porque significa que algo ruim acontecia com as vítimas, mas que que achou “bom que alguém que estava abusando de seu poder por tantos anos finalmente foi denunciado e teve que responder por isso”.
Trump
Na entrevista, Madonna também negou novamente de que Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, a teria convidado para um encontro nos anos 1990. O boato foi espalhado pelo próprio Trump.
“Filmamos um comercial da Versace em uma casa dele. Ele ligava o tempo todo e dizia ‘Está tudo bem? Tudo confortável? Você está feliz?’. Trump e Weinstein tentavam compensar a insegurança que sentiam. Um homem que se sente seguro, alguém que se sente seguro de si, não sai por aí fazendo bullying com as pessoas”.
Estupro artístico
Quando se preparava para lançar o álbum “Rebel Heart” em 2014, todo o trabalho vazou na internet. Mais de 20 faixas foram expostas na rede sem finalização e isso atrapalhou todo o cronograma de lançamento da cantora. Divulgando o “Madame X”, ela relembrou o episódio e comparou o vazamento com um estupro.
“Não existem palavras para descrever o quão devastada eu fiquei. Levei um tempo para me recuperar, e isso me deixou com um amargor tão ruim na boca que eu realmente não estava mais interessada em fazer música. Eu me senti estuprada”, declarou.
O caso resultou na prisão de um israelense de 38 anos no dia 21 de janeiro de 2015. A polícia de Tel Aviv prendeu o suposto hacker em sua casa por suspeita de invadir os computadores de Madonna (e outras celebridades) para roubar suas canções inéditas. Os computadores do suspeito e outras provas foram confiscados.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo