Em Goiânia, Bárbara Paz lança documentário sobre marido
Hector Babenco faleceu em 2016. Atriz concedeu entrevista ao Mais Goiás, e afirma amar Goiânia. "Espero conseguir voltar mais vezes", disse
A 13ª edição da mostra ‘O Amor, a Morte e as Paixões’ já teve início no cinema Lumiére do Banana Shopping, Setor Central, e esse ano chegou com novidades. Na última quinta-feira (13), a mostra contou com a presença da atriz e diretora Bárbara Paz, que apresentou o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou. O Mais Goiás bateu um papo com Bárbara, que afirma que ama Goiânia.
“Já vim aqui algumas vezes, para lançamento de revistas e com apresentações de teatro. Adoro Goiânia e o entorno, que é mais calmo e cheio de fazendas. Aqui em Goiás tem muita cidade turística que morro de vontade de conhecer, espero conseguir voltar nessa terra querida”, afirma.
Bárbara afirma que o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, sobre o falecido marido da atriz, “nunca esteve pronto” e que “precisou desistir dele”. “Tem que ser assim senão a gente nunca para de montar o filme. Foi uma emoção enorme a primeira vez que assisti no cinema com o público. Ver as pessoas se emocionando, gostando do filme… foi mágico”, relembra.
A atriz disse que tem muito filme bom na mostra ‘O Amor, a Morte e as Paixões’, mas que ainda não conferiu todos. “Alguns eu já tinha assistido em outras mostras e vou tentar assistir outras produções agora”.
Babenco
O documentário Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou sobre conta a vida do cineasta Héctor Babenco, morto em 2016. A produção conta com relatos sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde de Babenco. Na sinopse, consta que o filme “revela como o amor de Babenco pelo cinema o manteve vivo por tantos anos”.
A produção saiu vencedora na categoria ‘Melhor Documentário Sobre Cinema’ no Festival de Veneza e ‘Melhor Documentário’ no Festival Internacional de Cinema de Mumbai (MIFF), na Índia.
Carreira e reflexões
Há 19 anos, Bárbara venceu a primeira edição do reality show Casa dos Artistas, do SBT. Na época, a final do programa registrou 55 pontos para a emissora, contra 15 da TV Globo, tornando-se a maior audiência da história do SBT.
A última participação de Bárbara na televisão foi na série Assédio (2019), onde interpretou Lorena, uma das vítimas de um médico abusador de mulheres. Outros papéis de destaque foram nas novelas Amor à Vida (2013), interpretando a desequilibrada Edith, Marisol (2002) onde foi a protagonista que dava nome à novela e em Viver a Vida (2009), onde fez Renata Ferreira, personagem que sofria de anorexia alcoólica.
No cinema, já participou de Ilha Rá-tim-bum: O Martelo de Vulcano (2003), Se Puder… Dirija! (2013) e Meu Amigo Hindu (2016), além de outros 17 filmes como atriz. Em 2006 dirigiu o primeiro curta-metragem Minha Obra. Em 2018 voltou a direção em outro curta: Conversa com Ele.
Sobre a relação entre o cinema e a televisão, Bárbara disse que são veículos que se complementam.
“Hoje em dia você não tem mais cinema somente na sala de cinema. Cinema é streaming, é conexão com a televisão, está tudo junto. Existem as obras comerciais, obras mais artísticas, populares.. o cinema que eu estou traçando tem um olhar muito específico, quero continuar com produções mais autorais. Comecei fazendo curtas, e agora que fiz meu primeiro longa, não quero parar (risos)”, comenta a atriz.
Sobre a edição do Oscar 2020, Bárbara foi só alegria com a noite vitoriosa de Parasita.
“Foi merecidíssimo. Eu estava torcendo muito, pulei, gritei.. Finalmente a Academia acordou né?! Melhor filme do ano, melhor filme que assisti nos últimos tempos. É um longa universal, serve para todos os países, todas as classes. Todo mundo se identifica com Parasita. Um filme falado em uma língua que a gente não entende, mas entende tudo que o filme quer passar”.
Bárbara termina a entrevista com uma reflexão. “Todos os tipos de arte estão atravessando um momento muito difícil no Brasil, principalmente o cinema. Mas temos que resistir. É tentando fazer que conseguimos levar para o público obras que de alguma forma podem contribuir para uma reflexão social. Olha o Parasita aí”, conclui.
‘O Amor, a Morte e as Paixões’
Até o dia 26 de fevereiro a mostra ‘O Amor, a Morte e as Paixões’ vai exibir 94 filmes. Das produção exibidas, 68 são filmes internacionais (15 inéditos no Brasil), 22 longas nacionais e 4 goianos. O público vai poder conferir desde produções indicadas ao Oscar até filmes exibidos nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim.
Segundo Lisandro Nogueira, curador da mostra, este ano a proposta é criar um ambiente de encontro entre os fãs de cinema.
“Queremos dar prosseguimento na formação do público de cinema em Goiás. Quem vier vai poder curtir as 355 sessões durante os 15 dias de mostra, que é a terceira do Brasil em lançamentos de filmes”, afirma. Lisandro aguarda um público em torno de 25 mil pessoas.
Ingressos
O valor da inteira é de R$ 24 e R$ 12 a meia-entrada. Professores da Adufg, Apuc e Sinpro/Go podem retirar o ingresso gratuitamente nas entidades, mediante disponibilidade da sessão. Para os parceiros do evento, a entrada custa R$ 10. Os ingressos podem ser adquiridos no site da mostra ou na bilheteria do Banana Shopping.