Ex-BBB Thelma Assis, anestesista, analisa estupro de grávida sedada em cesárea
"Esse criminoso não é médico", declarou a médica e campeã do BBB 20
A campeã do BBB 20 e médica anestesista Thelma Assis, 37, esteve no Encontro (Globo) na manhã desta terça-feira (12) e analisou o caso de Giovanni Quintella Bezerra, médico anestesista, preso em flagrante pelo estupro de uma paciente dopada que passava por uma cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart, no Rio de Janeiro.
“Esse criminoso não é médico. Ser médico é muito mais do que ser detentor de um conhecimento. Ser médico é ser empático, ter sensibilidade e solidariedade. Ele é portador de um CRM [Conselho Federal de Medicina], que eu espero que ele perca logo”, disse Thelma, em conversa com Patrícia Poeta, 45.
A médica anestesista explicou como funciona a anestesia para cesarianas e disse que, em geral, as gestantes não são sedadas sem indicação médica. “Tecnicamente, a anestesia para gestantes, a gestante toma um bloqueio, que chamamos de espinhal. São anestesias que vão proporcionar que a paciente não sinta dor e não se movimente da cintura para baixo.”
Thelma disse que Bezerra colocou a saúde da gestante em risco, e que o sedativo poderia atrapalhar ainda no pós-parto, em que a mãe amamenta o bebê. “Além de um crime, ele também cometeu uma imprudência. Ele estava expondo a paciente ao risco, se ele a sedou sem a indicação”, completou.
A campeã do BBB também elogiou a agilidade das enfermeiras e auxiliares que perceberam o abuso e filmaram a ação para denunciar o anestesista. “Elas precisavam de uma prova. É nossa responsabilidade”, disse Thelma. Ela também acrescentou que “nossa especialidade está de luto”.
Ao longo do programa, Bárbara Lomba, delegada responsável pela investigação, explicou o andamento do caso. “Vamos ouvir o restante das integrantes da equipe de enfermagem, o médico que estava presente na cirurgia e provavelmente alguém da família da vítima”, explicou.
A delegada contou que parte da equipe de enfermagem já deu entrevistas e que o processo desde o ponto da desconfiança dos profissionais até a prisão de Bezerra demorou um mês. “Eles atuaram quase como a polícia, fizeram uma grande coleta de provas”, elogiou.
Lomba disse ainda que outras duas possíveis vítimas chegaram a procurar a Polícia, e que investigações serão feitas com todas as pacientes que já foram atendidas pelo anestesista no Hospital da Mulher Heloneida Studart.
“Quando soubemos do fato, pensamos que poderia ter sido algo isolado”, continuou Lomba. “Quando cheguei na delegacia e vi parte das imagens, imediatamente lembrei do nascimento do meu filho. Me coloquei no lugar daquela mulher. Em 21 anos de profissão, essa foi a cena mais chocante e estarrecedora que eu vi.”