ASSÉDIO

Ex-paquitas contam em documentário que Marlene Mattos as obrigava a tirar a roupa

Primeira geração de assistentes de Xuxa dá depoimento chocante no Doc 'Pra sempre Paquitas'

Ex-paquitas e Xuxa (Foto: Reprodução)

Pra sempre Paquitas“, a nova série documental do Globopay, traz revelações fortes e polêmicas na voz das próprias ex-assistentes de palco de Xuxa. No episódio que relata a demissão em massa da primeira geração de Paquitas, elas, que tinham entre 9 e 14 anos, contam que eram obrigadas pela diretora Marlene Mattos a ficarem nuas.

O quarto episódio relata como foi feito o livro “Sonhos de paquita: nos bastidores do show“, escrito pelo ex-diretor do “Xou da Xuxa” João Henrique Schiller e que resultou na demissão em massa das meninas.

O documentário exibe as gravações em fita cassete dos desabafos que as próprias paquitas fizeram na época durante encontros com João Henrique, em 1994. A ideia delas era reunir as histórias e criar uma peça chamada “Confissões de Paquitas“, mas o diretor resolveu transformar as declarações polêmicas em livro.

Entre as histórias contadas na fita cassete, elas revelam que eram chamadas por Marlene de “putinhas” e frequentemente obrigadas a tirarem a roupa para a diretora.

“Teve um momento específico em que eu realmente me senti humilhada e sem saber como agir. Essa é uma lembrança muito dura, muito cruel”, desabafou a hoje atriz Bianca Rinaldi.

Logo após a fala da Bianca, a ex-paquita Ana Paula Guimarães, a Catu, diretora do documentário, ouve as gravações das meninas da época, relatando que Marlene as obrigava a tirar a roupas.

“Para variar eu já sabia que ia levar um ‘esporrão’, né. Porque toda vez esse negócio de gordura… E a Marlene: ‘Eu dou uma semana para vocês emagrecerem’. Eu já estava acostumada com aquele tipo de esporro da Marlene. A Ana Paula, não. Ana Paula chorando”, disse Priscilla.

‘É você se acostumar com esse tipo de abuso e achar que é normal”, comentou Catu, chorando. “É realmente muio humilhante”, completou Bianca, também emocionada.

“Sempre tinha essa questão de, em janeiro, ela querer ver o corpo da gente… Mas aí é uma situação delicada que eu não gostaria nem de falar. Isso é chato”, disse Roberta no documentário.

“Eu fui a única que não tirei a roupa, porque ela me disse: ‘você não precisa’. Mas eu via as minhas amigas. Não é menos constrangedor”, declarou Juliana Baroni.

“Tinha meninas que estavam sem a parte de cima da roupa: eu. Estava de vestido. Então, não vou entrar… Você mensura aí o constrangimento. E eu não estava fora do peso. A minha mãe nunca ficou sabendo disso. Foi tão pesado, tão feio, horroroso”, lamentou Flávia Fernandes.

“Eu não estava indo para a reunião para tirar a roupa. Eu não estava de sutiã aquele dia. E eu falei: a blusa também? E ela disse: a roupa toda”, lembrou Catu.

“Nada justifica esse assédio moral, que a gente veio entender anos depois. A gente achava que era assim que funcionava a TV”, analisou Juliana.

No documentário, a ex-paquita Priscila Couto conta que foi suspensa por Marlene Mattos por estar acima do peso. “Eu sabia que a qualquer momento, eu estaria fora”.

Marlene Mattos não quis participar do documentário.

Via Extra

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