Ex-repórter da Globo cogitou eutanásia após diagnóstico de demência, diz esposa
Beatriz Goulart, esposa de Maurício Kubrusly, afirma que jornalista chegou a cogitar 'o mesmo caminho de Antônio Cícero' ao ser diagnosticado
Um dos repórteres mais conhecidos da TV Globo nos anos 1990 e começo dos anos 2000, Maurício Kubrusly cogitou fazer eutanásia depois de receber diagnóstico de demência. A relevação é da esposa do jornalista, Beatriz Goulart, e foi publicada nesta sexta-feira (29) pela revista Caras.
“Numa situação como a que estamos passando, a morte é um assunto. Mauricio chegou a mencionar seguir o mesmo caminho escolhido por Antonio Cicero [escritor falecido em outubro deste ano por eutanásia]. ‘Não tenho mais o que fazer aqui’, disparou certa vez. Eu o demovi da ideia. Não vou ficar viúva. Mas estou me preparando para o dia em que ele esquecer meu nome”, relatou ela.
Kubrusly pós-diagnóstico
Kubrusly e a esposa vivem juntos no sul da Bahia e levam uma vida reservada, muito diferente da época em que o jornalista trabalhava na TV. Ele encerrou a carreira em 2019, logo após o dianóstico de demência frontotemporal.
“Maurício manteve por muito tempo a consciência do que estava acontecendo. Tanto que, no meio da pandemia, depois de quase duas décadas de um relacionamento em casas separadas, ele propôs: ‘É hora da gente morar junto. Estou esquecendo as coisas'”, recordou ela, mencionando a luta do jornalista, que já dura sete anos.
A vida de Mauricio Kubrusly será retratada em um documentário original da Globoplay. A obra, intitulada ‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’, resgata reportagens, além de abordar detalhes da vida pessoal do jornalista, que não se recorda mais da sua carreira devido à doença.