Fãs de Taylor Swift tentam driblar calor intenso em filas na entrada do Engenhão, no Rio
Há grupos acampados desde setembro nos portões do estádio, que terá shows da cantora nos dias 17, 18 e 19 de novembro
No fim da tarde desta quarta-feira, o relógio que fica em frente ao Portão Oeste do Engenhão, na Zona Norte do Rio, marcava 34 °C. Nada que desanimasse os fãs da cantora Taylor Swift, que acampam há dois meses na porta de entrada do Estádio Nilton Santos para os shows da próxima sexta e do fim de semana. O clima, no feriado, estava “mais tranquilo” do que o domingo, por exemplo, segundo uma das jovens que revezam o plantão nas barracas.
— No domingo tinha gente passando mal. Fez muito calor. A gente traz sempre água e compra saco de gelo ao longo do dia para conseguir se refrescar. A gente já reveza os horários de quem fica aqui, mas alugamos uma kit-net aqui em frente e quando está muito quente ou quando chove muito, como ontem, a gente corre para lá e fica de olho aqui — conta a engenheira civil Milena Ribeiro, de 25 anos, agarrada à garrafa de 2 litros de água e ao copo estampado da artista.
No espaço há pelo menos quatro barracas de camping montadas à espera da abertura dos portões nesta sexta-feira, às 18h. Cada barraca é de um fã clube ou grupo diferente. O sol é um ponto de atenção para quem está há dois meses na fila, mas conseguiu garantir o primeiro lugar.
• Lula reage à vinda de Taylor Swift ao Brasil com tuíte ‘profético’ de 2018
— Tem que ter protetor solar. Eu tive insolação no show do RBD, então sei como funciona. A gente traz muita água, gelo, comida. Tudo fica no cooler e vamos abastecendo — relata Jamilly Araujo, de 32 anos.
Do outro lado do estádio, muita gente esperou o final da tarde para comprar, com menos sol e menos fila, a camisa da turnê The Eras Tour. Não adiantou muito. Cerca de 400 metros de gente enfileirada ligavam o balcão de vendas até o último fã. O sol, de fato, estava mais baixo, mas o bafo não deu trégua. O jeito era encarar, com muita água e… açaí:
— Ah, é mais geladinho, dá uma segurada no calor — conta Patricia Carneiro, mãe de Leonor Aguiar, de 15 anos, que enfrentou 50 minutos de fila com o pai da menina para atender ao desejo da filha. A estudante ficou em casa, porque tem prova no dia seguinte. — Ela quer a camisa e o casaco, que nem vai usar, com essa quentura toda, vai ser só para tirar foto mesmo.
Mesmo ansiosa para pegar a camisa, a adolescente Bruna Meira, de 15 anos, esperou o fim da tarde para ir com o pai, Cesar. A aposta era em filas menores e sol mais brando.
— Está muito quente, então, tentei colocar uma roupa mais fresquinha. Eu e meu pai viemos mais tarde para não ficar debaixo de sol e na fila grande de mais cedo — conta, com um copinho de água na mão.
De leque na mão, a psicóloga Rafaela Monaco, de 41 anos, se abanava enquanto esperava a vez na fila.
— Tem que ser. Trouxe água também. Já vim com calor no trajeto. Cheguei aqui 15h30. Mas vale a pena para realizar o sonho das minhas filhas — diz.
Onda de calor
A cidade do Rio está entre as mais quentes do estado e deve viver o ápice da onda de calor no próximo sábado, com chances de chegar aos 42 graus.
A tendência é de elevação da temperatura até domingo, quando há a expectativa da onda de calor ir embora. Até lá, a máxima de quinta-feira deve ser de 40 graus e a de sexta, 38 graus, segundo o Climatempo.
— O tempo segue instável na capital pela posição, que é próxima do mar. Quando a umidade se eleva, pode ter registro de pancadas de chuva no fim do dia, mas o calorão se mantém. No sábado tem um ingrediente que vai favorecer e pode chegar a 42 graus: a aproximação de uma frente fria. Quando chegam, empurram o ar mais quente e as temperaturas são potencializadas — destaca Guilherme Borges.