Primeira escola a desfilar neste Domingo de Carnaval, a Viradouro teve a chuva como sua principal adversária na Avenida. Devido à pista bastante molhada, a agremiação começou tendo problemas já na comissão de frente, que passou boa parte da apresentação com o tripé apagado. O som da Marquês de Sapucaí foi outro “vilão”. O sistema de som falhou sete vezes ao longo do desfile da Vermelha e Branca.
Coreografada por Ségio Lobato, a comissão de frente contou com a participação ilustre da atriz Juliana Paes. Ex-rainha de bateria da escola, a estrela surpreendeu a todos ao aparecer de dentro do tripé que representava um baobá africano. Apesar da coreografia simples, a comissão de frente passou seu recado de forma correta e foi um dos destaques do desfile.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Flôres e Alessandra Chagas também encontraram dificuldades. A dupla foi extremamente prejudicada pela chuva e não pôde mostrar tudo o que tinha preparado para os jurados. A fantasia ficou bastante pesada, atrapalhando a desenvoltura e “travando” o bailado do casal.
O samba-enredo, considerado o melhor do Carnaval 2015, foi outro ponto alto da Viradouro. Feito a partir da união de duas músicas de Luiz Carlos da Vila, ele só não foi mais cantado devido ao cansaço dos componentes, que sofreram com o desgaste provocado pela chuva. Em seu terceiro ano na agremiação, o intérprete Zé Paulo deu um show de empolgação e interação com o público.
A bateria da escola, comandanda por uma comissão de mestres, foi outro segmento que teve seu desempenho prejudicado pela chuva, já que os instrumentos ficaram encharcados.
Na homenagem ao povo negro e sua cultura, a Viradouro, que voltou à elite do Carnaval após quatro anos, deixou um pouco a desejar no desenvolvimento do tema. Apesar de carros grandiosos, a escola não conseguiu passar sua mensagem com clareza, aspecto notado também nas fantasias. (Com o jornal O Dia)