Gari de Goiânia se destaca no rap e já tem 77 músicas gravadas
Conhecido como Yelow, Rhafael Moisés é servidor da Comurg
Quem vê o gari Rhafael Moisés Pereira dos Santos, 38 anos, pelas ruas de Goiânia não imagina que ele é uma estrela do rap. De nome artístico Yelow, o artista já tem 77 canções gravadas, 11 clipes lançados e até gravou uma vinheta que é tema de série.
Há 12 anos trabalhando na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Rhafael Moisés começou a se destacar como rapper quando passou a trabalhar no Aterro Sanitário de Goiânia, onde ficou por seis anos. O artista também trabalhou quatro anos na limpeza pública, dois na coleta orgânica e mais dois anos na varrição. Atualmente integra o quadro de equipes de poda e corte de grama com costais.
“O rap tem a função de mostrar que todos são importantes diante da sociedade. Trabalhar nas ruas me trouxe uma experiência incrível, além de maturidade artística”, afirma.
Série
O gari conta que a carreira começou a despontar em 2018, quando escreveu, cantou e estreou como ator-coadjuvante na série “Meu Skate Não é Enfeite”.
O jingle se tornou vinheta do seriado de ficção juvenil, exibido na TV Brasil, que aborda a história de um coletivo de skatistas goianos em luta pela manutenção de pista de skate importante para a comunidade. “O nome da série é uma frase de minha música. Fizemos participação especial em um episódio, além de show”, comemora Yelow.
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Trajetória
O servidor da Comurg passou a infância no Jardim Nova Esperança, onde teve os primeiros contatos com o hip-hop, ao dançar Break Dance. Já adulto, Rhafael Moisés começou a escrever as primeiras rimas.
“Existia uma pista de skate fabricada de madeira no setor. Algumas pessoas que não se identificavam com a arte urbana do rap atearam fogo no skateparks. Participei de uma campanha e conseguimos implantar a primeira pista de skate pública de Goiânia, em 2001, situada na Praça da Paz, no setor Cândida de Morais”, comemora.
Hoje Yelow integra coletivo de rappers chamado Wu-Kazulo. Segundo ele, o nome faz referência ao “casulo”, que simboliza o processo de acolher as pessoas, independentemente da condição social.
“Minha arte tem objetivo de valorizar o ser humano. Meu objetivo é que os garis sejam reconhecidos pela sociedade como pessoas fundamentais para o desenvolvimento da cidade”, enfatiza.
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