Geisy Arruda faz festa de debutante para vestido que a deixou famosa após ataques em faculdade
Celebração da peça de roupa teve direito a bolo, doces, refri e salgados
Parabéns pra você, nesta data querida! Geisy Arruda fez uma festa de debutante diferente: a famosa celebrou o aniversário do icônico vestido rosa curto que usou 15 anos atrás, quando foi alvo de um ato coletivo de misoginia na faculdade. Na ocasião, centenas de colegas se reuniram para atacar a jovem, xingando e ameaçando a loira. O jogo virou e hoje Geisy aproveita da fama adquirida. “Ela ta aí faturando. E o povo que fez bullying, tá onde?”, comentou um internauta.
Para a festa de debutante da peça de roupa, com direito a bolo, doces e salgados, Arruda reuniu amigos próximos e familiares.
“Hoje a gente comemora, faz bolo, faz festa, mas só eu sei o quão traumático foi para mim esse dia e o quão triste significa olhar o vestido, pegar no vestido, usar o vestido, então existem traumas ainda, traumas que vão ficar para sempre”, afirma ela.
Para Geisy, trata-se de uma tentativa de ressignificar a lembrança. “Eu costumo dizer que a única maneira de enfrentar o machismo é com sarcasmo, então é uma festa um pouco irônica, é a maneira que eu tenho de ser superior e de mostrar que eu venci a agressão.”
Relembre a polêmica do vestido rosa de Geisy Arruda
Era novembro de 2009, quando alunos da faculdade Uniban de São Bernardo do Campo se aglomeraram para fazer ofensas misóginas contra Geisy por sua forma de vestir. Os estudantes gravaram e publicaram os ataques no YouTube.
Para sair em segurança do local, ela precisou de ajuda. “Quem chamou a polícia foi um professor, porque o perigo iminente deixou de ser só comigo e começou a ser com todos os alunos que estavam na sala.”
“A violência poderia ter se tornado física, porque eles pulavam a porta, se penduravam na sala. Eu poderia ter sido estuprada —e coisas até piores—, coletivamente”, diz Arruda, que, hoje, aos 35 anos, é influencer e atriz.
A estudante foi obrigada a vestir um jaleco branco usado pelos professores e saiu escoltada pela Polícia Militar, ao som de gritos de “puta”.
A violência não terminou ali: a loira foi alvo de violência sexual pela internet, com a retaliação alcançando níveis nacionais através do Orkut.
“Naquele dia eu me senti muito frágil, me senti culpada também. Mas aí eu consegui ver que eu não era culpada por ser quem eu sou”, diz a famosa. “Hoje eu sou uma mulher mais madura, mas eu tenho cicatrizes daquele dia e venho lutando contra o machismo de maneiras diferentes”, acrescenta.
Apesar de ter sido a vítima, a faculdade Uniban informou na época que Arruda havia sido expulsa por “uma postura incompatível com o ambiente da universidade”. “Alguns dias depois voltaram atrás e me convidaram para voltar. Mas não tinha como, e eu acabei optando por processá-los”, conta.