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Grey’s Anatomy: Giacomo Gianniotti se despede do personagem Andrew

Por mais que estejam acostumados às mortes de personagens queridos, os fãs de “Grey’s Anatomy”…

Por mais que estejam acostumados às mortes de personagens queridos, os fãs de “Grey’s Anatomy” nunca deixam de se surpreender quando essas reviravoltas acontecem na trama de Shonda Rhimes —atualmente na 17ª temporada.

A mais recente delas (se não quiser saber o que acontece, pare de ler agora!) foi exibida na terça passada (4), no Brasil, pelo canal pago Sony. O médico Andrew DeLuca, que entrou na série como estagiário em 2015, se formou e chegou a ser um dos interesses amorosos da protagonista Meredith Grey (Ellen Pompeo), é ferido enquanto investigava uma rede de tráfico de pessoas. Esfaqueado, ele não resiste aos ferimentos e morre na mesa de cirurgia.

Intérprete do personagem, Giacomo Gianniotti, 31, afirma que ficou tão aturdido quanto o público ao descobrir o desfecho de seu personagem. “Fiquei surpreso, chocado, é claro, como qualquer um ficaria”, diz em bate-papo com a imprensa internacional, do qual o F5 participou. “Mas quando eles me contaram a história e como queriam fazê-lo, fiquei muito entusiasmado.”

A história com a morte do personagem foi exibida em março nos Estados Unidos, praticamente com um episódio duplo, já que a parte da investigação foi mostrada no spin-off (série derivada) “Station 19”, transmitida antes. “Foi uma oportunidade única de ter mais tempo para contar a história”, comemora.

Além disso, ele celebra a possibilidade de mostrar outras facetas do personagem, bem como dele próprio como ator. “É um tipo de ação muito diferente para ‘Grey’s Anatomy’ e todo aquele universo, então foi muito divertido filmar”, diz. “Realmente tivemos um bom tempo para contar uma ótima história e demos a DeLuca uma boa despedida.”

Gianniotti, que nasceu na Itália, mas se mudou para o Canadá ainda criança, afirma que jamais imaginou que teria a oportunidade de ficar tanto tempo na série. Ele apareceu pela primeira vez no final da 11ª temporada, ainda com um papel pequeno, mas a história dele se desenvolveu nas seguintes, quando ele foi promovido a um dos protagonistas.

“Fiz o teste para ‘Grey’s Anatomy’ há muito tempo para um papel que tinha o nome de doutor Falco”, diz. “Normalmente, como ator, se você não tem retorno do teste em algumas semanas, geralmente é porque não rolou. As produções se movem muito rapidamente, então eu já tinha esquecido.”

Cerca de quatro meses depois, a produção entrou em contato com ele para que voltasse para Los Angeles e encontrasse com Shonda Rimes, a criadora e produtora executiva da série. “Tivemos uma audição e uma ótima conversa”, conta. “Eu recebi esse papel, mas na época era para fazer apenas dois episódios.”

“Eles continuaram me pedindo para voltar, até que finalmente me fizeram uma parte do elenco regular”, diz. “Foi uma espécie de namoro, eles queriam me conhecer antes de assumir o relacionamento. Até então eu estava pulando de Airbnb em Airbnb em Los Angeles, até que me falaram para ficar de vez porque estava definitivamente na série.”

O ator diz como gostaria de ver o desenvolvimento do personagem na série, caso não tivesse morrido. “Sua condição de bipolar tornou muitas coisas difíceis para ele”, diz ele, ao lembrar dos momentos difíceis pelos quais DeLuca passou em temporadas anteriores.

“DeLuca finalmente se aproximou de uma estabilidade, conseguiu ajuda e recebeu tratamento”, afirma. “Ele está sendo medicado, se exercitando, descansando, fazendo todas as coisas que ele deveria fazer e finalmente assumindo a responsabilidade. Ele fez um esforço para ajudar a si mesmo.”

“A morte dele foi ainda mais trágica porque ele estava recomeçando”, avalia. “Eu adoraria ter visto, agora que ele estava mais estável, como a vida amorosa e a carreira teriam se beneficiasse disso.”

Muitos fãs concordam com o ator. A choradeira foi generalizada nas redes sociais após a exibição do episódio. “Os fãs foram pegos de surpresa, então houve muito choro, muita tristeza, muitas caixas de lenços”, diz o ator, em tom de brincadeira.

Isso, inclusive, fez com que ele tomasse mais consciência de quanto o personagem era adorado. “Ao longo dos anos, não sabia se as pessoas se conectavam com DeLuca”, revela. “Quando o personagem morreu, imediatamente senti todo o amor dos fãs e fiquei emocionado porque foi uma manifestação louca de fãs dizendo que sentiriam falta, que lamentavam ele ir embora e dizendo que ele poderia voltar em sonhos.”

Sonhos com personagens que já deixaram a série têm sido frequentes nesta temporada, visto que Meredith Grey está inconsciente após ser diagnosticada com Covid-19 e recebe a visita de várias pessoas que marcaram sua vida. A possibilidade de que Gianiotti reapareça em outras ocasiões é real.

O ator não deu nem tempo de os colegas sentirem saudades —DeLuca morreu no sétimo capítulo. Ele voltou à série para dirigir um episódio, o 11º desta temporada, que deve ser exibido em breve por aqui também. Com o título de “Sorry Doesn’t Always Make It Right” (algo como desculpas nem sempre são suficientes), ele comandou o elenco e a equipe de produção.

“Sempre tive uma grande paixão por dirigir e estar atrás das câmeras”, afirma sobre a experiência. “Atuar e dirigir são coisas muito diferentes, foi bom estar no controle e tomar decisões criativas. Eu realmente gostei disso. Tive sorte que meus colegas atores foram generosos e gentis comigo, sempre dispostos a fazer tudo o que eu pedisse a eles.”

Para ele, esse conhecimento prévio do elenco foi positivo. “Muitas vezes, um diretor aparece em uma gravação sem conhecer os atores, então não há essa relação”, comenta. “Conhecer todos os atores extremamente bem foi uma grande vantagem, porque eu sei como eles funcionam, o que eles exigem.”

Um fator que dificultou não apenas a gravação do episódio, mas de toda a temporada foram os protocolos sanitários gerados pela pandemia. “Há menos tempo para fazer a mesma quantidade de trabalho. Você perde muito tempo porque entre as cenas todos os atores ficavam em salas separadas e, cada vez que ia gravar, tínhamos que esperar eles irem e voltarem. Ao longo do dia, esses minutos se tornam horas.”

Por outro lado, por se tratar de um seriado médico, eles tiveram algumas vantagens em relação a outras produções. “É um caso único, porque a maioria das séries não mostra a pandemia. Não há pessoas de máscara, porque eles mostram a antiga realidade, enquanto nós mostramos o novo normal.”

“É um momento muito emocionante para realizar esse trabalho e contar histórias”, avalia. “Esperamos que as pessoas possam sentir um pouco de alívio e algum senso de conexão, que sintam que a série se relaciona com a vida delas. Essa é a nossa esperança.”

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