Homem que se diz filho de Gugu questiona paternidade de João, Marina e Sofia e pede DNA de irmãos e mãe do apresentador
Advogado cita inseminação artificial em clínica de médico acusado de violentar pacientes e manipular amostras
O comerciante que entrou na Justiça para ser reconhecido como filho do apresentador Gugu Liberato, morto em novembro de 2019, não aceita que exames de DNA para comprovar a paternidade seja feitos apenas a partir de amostras de sangue ou saliva de seus supostos irmãos João, Marina e Sofia Liberato. Isso porque, de acordo com a “Folha de S. Paulo”, o advogado de Ricardo Rocha argumentou à Justiça que os três podem não ser filhos biológicos de Gugu.
Antonio Alberto de Brito pede que a investigação seja alargada com a coleta de material genético dos irmãos do apresentador. O advogado quer que Amândio e Aparecida Liberato, irmãos de Gugu, e a mãe do apresentador, Maria do Céu, forneçam material genético para a realização dos exames. Segundo a “Folha”, a manifestação do advogado de Ricardo Rocha sucedeu a resposta de Marina e Sofia, que se prontificaram a fazer os exames para dirimir a dúvida se têm ou não outro irmão, além de João.
Para sustentar a tese, Antonio Alberto de Brito afirmou que os filhos de Gugu com Rose Miriam de Matteo foram gerados por inseminação artificial na clínica de Roger Abdelmassih, acusado de assedir e violentar pacientes e manipular amostras genéticas. O advogado juntou ao processo reportagem que cita relatos de pais que descobriram que seus bebês gerados na clínica não eram seus filhos biológicos.
O advogado Nelson Williams, que representa Maria e Sofia, afirmou à Justiça que “a alegação sobre a paternidade dos filhos legítimos de Gugu” causou “grande estranheza nas herdeiras”, que se dispuseram a fazer o exame de DNA desde o início, segundo a “Folha”. Ele afirma que a paternidade biológica das clientes e de João é “inquestionável” e que o comerciante “visa tumultuar um processo em que ele é o único beneficiado, trazendo alegação totalmente descabida e infundada, se baseando em fofocas obtidas pela internet, o que chega a beirar a má-fé”.
Disputa por herança
Em junho, aconteceu mais uma audiência para decidir se Rose Miriam teve uma união estável com Gugu Liberato e, portanto, se tem direito à herança do apresentador que morreu em 2019. Durante a sessão, porém, surgiu uma novidade. Como noticiou a coluna de Mônica Bergamo, os três filhos de Gugu (João Augusto e as gêmeas Marina e Sofia) e a irmã dele, Aparecida, foram avisados de que um oficial de Justiça estava no local para entregar a eles uma intimação.
Os quatro foram informados de que existe uma ação de investigação de paternidade “post mortem” contra Gugu Liberato. O comerciante Ricardo Rocha, de 48 anos, se diz filho do apresentador e pede a o que lhe caberia na herança caso se prove que ele é, mesmo, irmão dos herdeiros já reconhecidos.
Segundo a intimação, a mãe de Ricardo, identificada como Otacília Gomes da Silva, teria conhecido “Antonio Augusto Moraes Liberato (o notório apresentador de televisão ‘Gugu Liberato’)” no segundo semestre de 1973, “em uma padaria que existia na rua Aimberê, no 458, bairro de Perdizes, nesta capital”. A petição informa que “a genitora” trabalhava como babá e empregada doméstica “na residência de uma família nipônica” que morava ao lado da panificadora.
Ela ia diariamente à padaria, “oportunidade em que se encontrava com Antonio Augusto que, muito comunicativo, a flertava e, com o passar do tempo houve a evolução da amizade, alguns passeios, culminando em relacionamento íntimo entre eles”.
Em 1974, depois de passar férias com a família para a qual trabalhava no litoral paulista, ela retornou e “constatou a gravidez”.
Otacília teria procurado Gugu para “lhe informar a novidade”. Mas “este não mais foi encontrado naquele comércio, perdendo totalmente o contato”.
Quando Gugu iniciou sua carreira televisiva, diz a intimação, o adolescente começou a acompanhá-lo à distância, mas “entendeu protelar a busca do reconhecimento da paternidade para o futuro”.
Com a morte de Gugu e a disputa pela herança, Ricardo teria decidido buscar seus direitos, movendo a ação de paternidade.