Humorista Zilda Cardoso, a Dona Catifunda, morre aos 83 anos
Segundo investigador de polícia, Zilda teve morte natural e não enfrentava problemas de saúde. Ela morava sozinha e recebia a visita de uma cuidadora
A humorista Zilda Cardoso, que interpretou a Dona Catifunda em programas como “Escolinha do Professor Raimundo” (Globo) e “A Praça É Nossa” (SBT), morreu hoje, aos 83 anos, em São Paulo.
Segundo o investigador Luiz Carlos Vegi, chamado para realizar a perícia, Zilda teve morte natural e não enfrentava problemas de saúde. “Fumava três maços de cigarro por dia”, comentou à reportagem. “Os familiares estão procurando um médico para atestar óbito”, explicou.
Sem parentes próximos, Zilda morava sozinha em um apartamento e recebia a visita de uma cuidadora. Todos os dias, almoçava com as amigas e vizinhas em uma churrascaria na alameda Barros. “Adorava comer frango”, disse o garçom que a atendeu durante dez anos.
Zilda também trabalhou na “Praça da Alegria”, “Praça Brasil”, “A Praça É Nossa”, “Os Trapalhões” e “Escolinha do Professor Raimundo”. Outro papel de destaque foi como Elza, na novela “Meu Bem, Meu Mal”.
A comediante nasceu em São Paulo e estreou sua carreira artística na TV Paulista. Em “Zilda 23 Polegadas”, primeiro programa apresentado por ela na TV Paulista, que foi exibido entre 1962 e 1964, Zilda recebia outros humoristas e atrações musicais.
Em 1964, foi chamada por Manuel de Nóbrega para a Praça da Alegria, quando lançou sua personagem mais conhecida, Catifunda, uma moradora de rua debochada que fumava charuto e tinha um sotaque forte paulistano.
Zilda também participou de inúmeros filmes, como “O Lamparina” (1963), “Meu Japão Brasileiro” (1964), “Golias Contra o Homem das Bolinhas” (1969) e “Se Meu Dólar Falasse” (1970). A humorista ainda trabalhou em três novelas da Record: “Quatro Homens Juntos” (1965), “Mãos ao Ar” (1966), “Meu Adorável Mendigo” (1973). No novo formato da Escolinha do Professor Raimundo, a comediante Dani Calabresa interpreta a Dona Catifunda, justamente sua personagem preferida na versão original do humorístico.
“Parece clichê, mas é um presente mesmo. É um sonho fazer parte da Escolinha, e ela era minha personagem preferida. Fiquei muito feliz, porque a assistia muito, brincava de imitar para os meus pais, porque a gente tem esse sotaque, esse ‘R’ puxado de italiano com caipira misturado. Faço com o maior carinho e respeito”, disse Calabresa em entrevista para o Encontro, em 2018.