Especial de Natal

Igrejas vão à Justiça pedir indenização a todo cristão ‘lesado’ por Jesus Gay

Petição diz que o conteúdo do programa está "deturpando ofensivamente a imagem de Deus, de Jesus Cristo, da sua sagrada Mãe Maria e de todos os demais protagonistas bíblicos envolvidos"

Igreja desiste de ação contra especial do Porta, mas ainda fica no prejuízo

Um grupo de representações e lideranças evangélicas, incluindo o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Eduardo Tuma, ajuizou nesta quinta-feira (19) ação contra a Netflix, pedindo a censura do “Especial de Natal Porta dos Fundos”, programa em que Jesus é retratado como gay.

Junto com o Conselho Nacional dos Conselhos de Pastores do Brasil e o bispo Robson Rodovalho, fundador da comunidade evangélica Sara Nossa Terra, Tuma pede ainda indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão. A ação, ainda não analisada pela Justiça, também requer indenizações individuais em valor “não inferior a R$ 1.000” a todos os cristãos que se sentirem lesados e que se habilitem a pleitear este valor.

Segundo o advogado que protocolou a ação, Ricardo Hasson Sayeg, a intenção é mobilizar a comunidade evangélica para que diversas pessoas recorram na Justiça o direito à indenização. Sayeg diz ainda que a representação não considera que o pedido de retirada do programa do ar configura censura. “A gente entende que [o programa] foi além do direito de manifestação artística”, diz. A petição diz que o conteúdo do programa está “deturpando ofensivamente a imagem de Deus, de Jesus Cristo, da sua sagrada Mãe Maria e de todos os demais protagonistas bíblicos envolvidos”.

É uma interpretação. O especial retrata Jesus como herói. Ele enfrenta Lúcifer e sai vitorioso da batalha, depois de passar por uma experiência lisérgica em que deuses de diversas religiões aparecem para influenciá-lo.  Sayeg diz que incomoda mais o fato de Maria fumar maconha do que o de Jesus ser retratado como gay, embora nada explicite que o cigarro que ela acende em uma das cenas faça menção direta à erva.

A Netflix diz que não vai comentar o caso.