Joel Schumacher pediu desculpas por Batman & Robin
Cineasta disse que a bomba foi resultado de sua arrogância e que enterrou a sua carreira
O diretor Joel Schumacher, em entrevista à Vice, pediu desculpas por Batman & Robin. O filme-bomba de 1997, apesar de um grande elenco, é lembrado como um dos piores filmes já feitos, seja do Batman, seja de super-heróis, seja em geral.
Relembrado muitas vezes por suas passagens ridículas e roteiro ruim, a bomba custou US$ 125 milhões e rendeu apenas US$ 105 milhões nos EUA.
“Olha, eu sinto muito por isso. Quero me desculpar com todos os fãs que se decepcionaram porque sinto que devo isso a eles”, disse Schumacher na entrevista. “Eu apenas não sabia como fazer uma sequência. Se você der sorte, caia fora, mas todos na Warner esperavam que eu fizesse outro. Talvez tenha sido arrogância da minha parte”.
Ele disse que em parte se sentiu seduzido por ter recebido tanta liberdade para fazer não um, mas dois filmes de grande orçamento. Vale lembrar que Schumacher vinha de uma série de grandes sucessos como Os Garotos Perdidos, Dia de Fúria e Tempo de Matar.
Por causa de Batman & Robin, ele disse que demorou anos para recuperar sua carreira: “Depois dele eu era escória. Era como se eu tivesse matado um bebê”.
O trauma foi tanto que chegou a afetar as bilheterias de Batman Begins (2005) já que muitos fãs céticos não queriam dar uma nova chance ao homem morcego nos cinemas.
A produção com George Clooney, Arnold Schwarzenegger e Uma Thurman conseguiu até mesmo destruir a carreira de Chris O’Donnell e a da queridinha dos anos 1990, Alicia Silverstone.
Mas o diretor lembrou de algumas coisas que pouca gente se lembra. O mega-sucesso Batman: O Retorno, havia gerado muita controvérsia nos EUA por ser considerado melancólico e violento demais para um público infantil. Um Penguim deformado e uma Mulher-Gato em traje de vinil não ajudou: “Tim [Burton] que é um amigo próximo meu praticamente me implorou para pegar a franquia porque ele não aguentava mais a pressão”.
Em parte, ele acredita que o público não entendeu o que ele estava fazendo com seus filmes, que trocaram o tema gótico de Burton por uma homenagem à série de TV dos anos 1960. Schumacher disse que o público não estava maduro o suficiente e que Batman Begins teria sido massacrado da mesma forma em 1997: “O público era inocente e pedia por um Batman ‘da família’. Quando você vê a trilogia do Nolan você percebe como a audiência mudou e como podem aceitar temas mais e mais sombrios”.
Levou um bom tempo, mas Schumacher acabou se recuperando. Seus filmes seguintes Por Um Fio, 8 MM e O Fantasma da Ópera foram sucessos modestos que ajudaram a reconstruir sua carreira pós-Batman. Seu trabalho mais recente foi dirigir dois episódios da primeira temporada de House of Cards.