Juliette fala sobre diagnóstico de aneurisma, sofrimento em silêncio e ‘milagre’
"Sei que chegou a hora e vou saber que tenho um aneurisma", pensou a campeã do BBB 21
Quando lançou o primeiro EP, Juliette queria só viver das alegrias do lançamento tão sonhado, mas teve que dividir as emoções com a descoberta da suspeita de um aneurisma cerebral. A notícia foi dada na mesma época em que a campeã do “Big Brother Brasil 21” levou a mãe para fazer uma cirurgia.
“Quando cheguei lá – eu já tinha feito outros exames no cérebro e não tinha dado nada – mas a doutora disse: ‘Vamos fazer um check-up. E eu falei não. No fundo, tinha medo de fazer de novo porque tinha a sensação de que podia ser. Aí minha mãe fez a cirurgia, ficou super bem e quando ela saiu do quarto eu fui fazer meus exames. Passei uma hora dentro da máquina, recebendo contraste na veia, e na minha cabeça: ‘Sei que chegou a hora e vou saber que tenho um aneurisma, era uma certeza no meu coração que não sabia de onde vinha. Quando saio, a médica já tinha reunido uma equipe de neurologistas”, disse Juliette, em entrevista ao “Conversa com Bial”.
A equipe disse a cantora que ela tinha um aneurisma “exatamente no mesmo lugar” que a irmã tinha. E Juliette perdeu a irmã em decorrência de um AVC, causado por um aneurisma cerebral. Além disso, no ano pasado, a mãe da artista também sofreu com um infarto no ano passado.
“Eu tinha certeza de que minha missão tinha sido cumprida, que o propósito era esse. Foi em agosto. Quando lancei meu EP, todo mundo festejando e eu engolindo a dor de saber que tinha o mesmo problema que minha mãe e minha irmã. As pessoas me pediam sorriso, foto, alegria, pediam que eu mostrasse minha vida, tudo… E eu não tinha nada. Só medo e aceitação. E ficava pensando que ninguém imagina o que o outro passa. Enquanto as pessoas estavam pensando no futuro, eu nem sabia se ia ter. E passei três meses sem querer saber disso, fingindo que nem tinha acontecido, que eu estava bem e que não tinha aneurisma”.
Da tristeza, veio a recusa em se tratar. A morte de Marília Mendonça acendeu um alerta e os amigos insistiram para que ela procurasse ajuda.
“Não queria tratar, não queria operar, fazer nada. Queria que Deus cumprisse a missão… Aí eu estava na cama com meus amigos, e eles falando: ‘Vai fazer, Juliette’. Senti algo muito forte. A gente olhou o celular e foi no dia que a Marília Mendonça morreu. Aí todo mundo ficou chorando e disse assim: ‘Vamos fazer isso’. É muito ruim perder alguém assim. Liguei para o médico. Chegando em são Paulo, o médico falou: ‘A gente não tem dúvida, é um aneurisma. A gente só quer saber o meio para tratá-lo. Vai fazer o cateterismo, vê a dimensão. Coloca a prótese ou fecha, e faz a cirurgia aberta ou não faz nada se for inoperável”.
A artista escondeu o diagnóstico da mãe e se despediu de todo mundo.
“Aí, me despedi! Tomei anestesia geral, fui para a mesa de cirurgia já com a certeza de que se terminasse ali estava tudo bem. Fiz minha parte, enfim…”
Mas na mesa de cirurgia, a equipe descobriu que o diagnóstico era bem melhor do que o esperado. Para Juliette, ela viveu um milagre.
“Aí acordo e o médico diz: ‘Não tinha aneurisma. Todos tinham certeza, eu já estava escolhendo o tamanho da sua prótese’. É uma formação atípica, que raríssimas pessoas têm. Ele acredita que foi um caso em um milhão. Eu acredito que foi um milagre, porque minha vida é isso. Vivo de milagres. Estou aqui”. (Do Extra)