‘Like a Prayer’: álbum de Madonna completa 30 anos ainda popular e provocador
Lançado em 1989, disco é considerado por muitos a obra-prima da rainha do pop. Polêmico e controverso, vendeu mais de 15 milhões de cópias
“Quando você chama meu nome, é como uma pequena oração. Estou de joelhos e quero te levar lá. No meio da noite, posso sentir seu poder“, canta Madonna em Like a Prayer. A música faz parte do álbum de mesmo nome que completa 30 anos nesta quinta-feira (21). Considerado por muitos fãs e críticos como a obra-prima da Rainha do Pop, disco lançado em 1989 ainda ressoa e impacta.
Sucesso comercial, estima-se que Like a Prayer já tenha vendido mais de 15 milhões de cópias pelo mundo. Responsável pela ruptura da imagem juvenil que Madonna ainda tinha na época, o álbum fez dela um ícone do pop até então e consolidou temas que persistiram nos trabalhos dela nas décadas seguintes: sexo, catolicismo, amor. E polêmicas.
Durante a epidemia da AIDS da década de 1980, quando era tabu falar sobre o tema, Madonna colocou no encarte do álbum instruções de prevenção à HIV. Em shows, ela espalhou mensagens sobre a prática de sexo seguro, em um momento em que a doença era temida e incompreendida pela população.
O disco foi boicotado por grupos religiosos e condenado pelo Vaticano. Madonna perdeu um contrato milionário de uma campanha publicitária para a Pepsi, após a empresa tomar conhecimento da temática da obra. Com isso, o disco abriu espaço para discussões na música pop sobre assuntos antes ignorados, como raça, gênero e sexualidade.
Like a Prayer: chocante, censurado e bloqueado
No clipe da música, Madonna – criada em família católica – unge os pés da estátua de um santo negro, que toma vida e a beija dentro de uma igreja. A cantora ainda dança em meio a crianças e na frente de crucifixos em chamas, em uma referência à prática da Ku Klux Klan de intimidar a população negra. Com tanta controvérsia para a época, o clipe foi censurado.
Em 2007, Like a Prayer, foi eleito pela MTV o vídeo que mais chocou o mundo. Em entrevista ao Estadão, Thiago Soares, pesquisador do Laboratório de Análise em Música e Audiovisual da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), comentou que “se um vídeo assim fosse produzido atualmente, já sofreria leituras morais e seria compartilhado com alguém dizendo ‘olha que absurdo'”.
Com 60 anos completados em agosto passado, recentemente Madonna comemorou o aniversário do clipe de Like a Prayer. A surpresa fica por conta de que três décadas após o lançamento, o vídeo foi bloqueado no Instagram. “Feliz aniversário para mim e para a controvérsia! Queria postar isso ontem, mas o vídeo foi bloqueado! Que chocante!”, disse a artista.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo