Lorde abraça o pop no álbum ‘Melodrama’
O novo disco da cantora neozelandesa foi lançado nesta sexta-feira (16) nas plataformas físicas e digitais
“Eu faço a minha maquiagem no carro de outra pessoa” é a frase que abre o novo disco da cantora Lorde, Melodrama. A frase mostra que o novo trabalho, lançado nesta sexta-feira (16), mostra um novo lado da neozelandesa: mais leve, mais “descolado” (por que não?) e bem mais pop.
Isso ficou explícito com o primeiro single desta nova fase da cantora: Green Light. E comprovado pela canção que vem logo a seguir na tracklist do álbum: Sober. Ao passo que em seu debut, o aclamado Pure Heroine (2013), Lorde cantava sobre as desilusões de uma adolescente e criticava a fama e tudo que vem com ela, em Melodrama ela parece fazer as pazes com tudo isso.
No novo disco, Lorde canta sobre um pouco mais do que viu no mundo: cores quentes e frias, experiências boas e ruins, ilusões e desilusões. Festas. Ressacas. Um abraço simpático no showbusiness. Uma fresta no mundo particular da neozelandesa que fez o mundo cantar: “Nós nunca seremos da realeza”(Royals, 2013).
Eletropop, 80s beats e Instrumentos de corda
Para Melodrama, Lorde parece ter bebido na mesma fonte de Taylor Swift para a produção do 1989. Canções como Homemade Dynamite, Hard Feelings/Loveless (nesta faixa a cantora nos mostra um pouquinho da produtora alternativa de 2013), Supercut e Perfect Places têm uma forte veia oitentista, flertando com um pop talvez mainstream demais para a gótica de Pure Heroine.
E não ficou ruim. Só diferente. A gente consegue se acostumar com uma Lorde mais viva e festeira.
Neste novo trabalho, a cantora também solta a voz em músicas mais lentinhas, com batidas mais simples, piano e alguns instrumentos de corda. Em Sober II (Melodrama) percebemos a evolução vocal de Lorde com um pouco mais de clareza, tanto em questão de técnica quanto em interpretação.
Em faixas ainda mais íntimas, como Liabity e Writer In The Dark, nas quais ela se abre um pouco mais com seus ouvintes e fãs, a interpretação fica ainda mais evidente. Ela canta com vulnerabilidade e sentimento.
Melodrama é um disco redondo (já forte concorrente para o Grammy Awards de 2018). Apesar de ser mais mainstream e pop que o Pure Heroine, as canções não deixam de ter a marca de Lorde, dona de uma voz única no mercado fonográfico, habilidade de cantar sussurrando muito rápido e de versos íntimos e poderosos.