Fenômeno recente da música pop nacional, Ludmilla está em fase de finalização do sucessor de Hoje, seu primeiro álbum de estúdio, lançado em 2014. O material deve ficar pronto em meados de agosto, mas a primeira música da nova leva de inéditas pode ser apresentada ao público nos próximos dias.
“Acho que o single sai agora em junho ou julho e, se tudo der certo, o álbum sai em agosto. Estou muito ansiosa, o CD está ficando lindo e estou louca para mostrar para todos vocês”, disse a cantora ao E+, do jornal O Estado de S. Paulo, em entrevista realizada na festa Tu Goxta, em São Paulo.
A ideia inicial é manter o estilo de seu primeiro álbum, uma mescla de funk com pop, que lhe rendeu os hits 24 Horas Por Dia, Não Quero Mais, Te Ensinei Certin, Hoje e Fala Mal de Mim. No entanto, ela busca novidades para o seu som.
“Graças a Deus o público vem curtindo o meu trabalho, então eu vou seguir esse caminho, mas também estou preparando algumas novidades, como uma música internacional e outros ritmos. É bom mudar, sair da área de conforto e arriscar um pouco”, comenta.
Embora faça suspense em relação aos artistas que participarão de seu novo álbum, o rapper americano Jeremih e a rapper Karol Conká estão cogitados para cantar com ela em algumas de suas novas músicas. “Infelizmente ainda não posso dizer muita coisa desse meu novo trabalho, se não puxam minha orelha”, brinca. “Mas podem esperar muita musica boa, participação internacional, mistura de ritmos e muito, muito carinho e amor para que os meus fãs gostem.”
Essência
A cantora tem como referências internacionais as cantoras Beyoncé e Rihanna. Entre as brasileiras, suas inspirações são Ivete Sangalo, Alcione e Sandra de Sá.
Ludmilla começou com os dois pés no funk e com o codinome de ‘MC Beyoncé’, mas quase desistiu da carreira após ser roubada por um antigo empresário. “Deus sabe o momento certo que as coisas devem acontecer nas nossas vidas. Cada etapa dessa trajetória foi super importante, tanto para o crescimento pessoal, como profissional e eu sei que ainda tenho um caminho grande a trilhar pela frente”, reflete.
As letras de suas músicas, os discursos, a postura e até o estilo livre de se vestir fez com que ela se tornasse, para alguns fãs, referência no modelo de empoderamento negro no Brasil, movimento que vem ganhando visibilidade e representatividade graças a artistas, como Ludmilla, que foram alvos de ataques racistas e não se calaram diante das agressões virtuais.
“Eu fico feliz de ser uma referência para o movimento, pois precisamos reivindicar nossos direitos, exigir respeito e dar um basta à discriminação e ao preconceito. Acho que as pessoas precisam mudar e terem mais consciência, amor e respeito ao próximo. Não é uma luta individual, é coletiva. Muitas pessoas sofrem e se calam diante desse ódio gratuito, precisamos criar mecanismos para combater esses atos racistas e reverter esse quadro tão triste. Todos devem estar ciente que racismo envolve preconceito e discriminação e se trata de um crime grave e que todos podem e devem se defender”, comenta.
Empoderamento
Para a cantora, as mulheres têm a mesma capacidade que os homens para se firmarem no mercado da música, mas vê o universo funk mais propenso à aceitação de artistas masculinos.
“A mulher pode tudo, só basta ela querer, não desanimar e ir à luta! Quando uma mulher empodera a si tem condições de empoderar a outras. Talvez o gênero funk não tenha tanto espaço para crescer, pois é um nicho menor, menos popular que os outros ritmos”, argumenta.