Lugar na fila para show de Justin Bieber no Rio custa até R$ 1 mil
Quanto custa um lugar na fila para ver um ídolo de perto? Segundo fãs de…
Quanto custa um lugar na fila para ver um ídolo de perto? Segundo fãs de Justin Bieber acampados num dos portões do sambódromo do Rio, até R$ 1.000. As barracas começaram a ser montadas quatro meses atrás, e, na véspera da apresentação, a alegria e a ansiedade se misturam à apreensão quanto à chegada de “espertinhos”. “É muita falta de noção e de consideração com quem está aqui esse tempo todo”, lamentava nesta terça-feira, 28 a estudante de biologia Gabriele Soares, de 19 anos, que se alterna com amigos numa das primeiras barracas.
Guardando lugar para a filha de 19 anos, a auxiliar administrativa Isabela Santana, de 41, também estava preocupada com a possibilidade de aparecer gente furando a fila entre esta segunda e terça e terça-feira, 28. “Aconteceu a mesma coisa nos shows de 2013 e de 2011. Antes do show tinha 60 pessoas na frente; no dia, 180. É muito frustrante”, contou Isabela. “Eu fico aqui pela minha filha porque ela é uma ótima menina: o Justin Bieber é a única insensatez dela.”
Outra preocupação é quanto à passarela conectada ao palco por onde o cantor canadense passará cantando e dançando. Circula a informação na fila de que a estrutura não será montada – o que significa que os fãs ficarão mais distantes de Bieber do que imaginavam. “Se isso for verdade, meu sacrifício terá sido jogado fora. Estamos nervosos”, contou a estudante Ana Oliveira, de 18 anos.
Mais um temor é quanto ao momento da abertura dos portões: um cordão de isolamento formado por mães está sendo organizado para que a ordem da fila seja respeitada. O show será na quarta-feira 29, às 21 horas, e só poderá se juntar ao pessoal das barracas quem chegar até as 9 horas, alertaram os seguranças aos presentes. A reportagem conversou com pessoas vindas de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul, incluindo adolescentes trazidos pelos pais. Duas meninas comemoravam seus 15 anos com pacote viagem + show.
A escala de revezamento entre os “beliebers”, definida por mensagens de WhatsApp, fez com que o acampamento não fosse tão sacrificante – ninguém ficou os 146 dias direto nas barracas. O bar onde eles tomaram café da manhã, almoçaram e jantaram fidelizou a clientela oferecendo tomadas para celular e banheiro. Os banhos foram numa hospedaria.
Não foi fácil passar Natal, réveillon e carnaval no chão duro, à mercê das intempéries, de comentários maldosos e até de agressões, eles relembram hoje. “Toda hora tem gente que passa e fala ‘vai estudar!’, ‘vai lavar uma louça!’ Mas pior é quando agridem. Já jogaram pedras portuguesas e ovo, machucaram uma menina”, relatou a estudante Maria Luiza Alves, de 17 anos, que se incorporou à fila em janeiro. “O Justin é uma inspiração para mim, um amor maior. Não adianta tentar explicar, ninguém entende.”