Girl Power

Luísa Sonza diz que sempre foi ‘naturalmente feminista’ e que 1º álbum liberta mulheres

As oito canções foram cuidadosamente escolhidas para que pudessem transmitir esse sentimento libertário da nova fase da cantora

Luísa Sonza, 20, demonstra suas múltiplas facetas musicais com seu álbum de estreia “Pandora”. Da escolha do título a seleção das canções, a cantora perpassa por sentimentos em suas letras que a desnudam ao mesmo tempo em que expõem seu amadurecimento. Sua principal intenção com esse projeto é libertar a si mesma e a muitas outras mulheres.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Sonza conta que, como o próprio nome do álbum se propõe, o eixo central foi “abrir a caixa” e mostrar sentimentos, medos e aflições que a acompanham desde a infância. Na mitologia grega, a caixa de Pandora é um objeto que contém todos os males do mundo.

Nascida e criada em Tuparendi, uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, que ela mesmo chama de roça, a cantora gaúcha diz que cresceu ouvindo histórias de sua mãe sobre a morte do pai dela, assassinado quando ela tinha 14 anos. Entre os ensinamentos, Sonza conta que a mensagem de união entre as mulheres da família foi a que sempre perpetuou em sua cabeça da infância até se tornar mulher. A mãe da cantora tem mais duas irmãs e todas foram criadas pela avó delas.

“Cresci ouvindo histórias delas e as vivi com elas. Entendi que essa era a raiz de tudo, a minha raiz. Eu sempre fui naturalmente feminista. Esse senso feminino sempre foi muito forte em mim. Estava sempre pronta para guerra. Uma coisa que salvou todas elas, enquanto viveram sozinhas, foi a união entre elas”, diz a cantora, que é casada com o humorista Whindersson Nunes, 24.

Essa criação feminina ecoou por muitos anos e fez com que Sonza se fechasse um pouco para o mundo, guardando para si seus sentimentos. A cantora afirma que “Pandora” é uma forma dela se abrir novamente para o mundo, mostrar o que ela sente e a mulher que se tornou para, então, conseguir ajudar fãs e outras mulheres que ouvem as suas músicas.

“‘Pandora’ é um momento para eu me libertar dos meus sentimentos, das minhas fragilidades, dos meus medos. Tinha esses sentimentos guardados em mim, mas eu sabia que se eu os libertasse, eu poderia ajudar outras pessoas e a mim mesma. Abri a caixa da minha vida com esse álbum. Despejei meus sentimentos nessas músicas. É um álbum que tem muito de mim.”

Com oito faixas, o primeiro álbum de Luísa Sonza é também fonte de sororidade. Para ela, não existe motivos para mulheres brigarem entre si. “Esse álbum é para libertar outras mulheres. Tudo o que eu conto em ‘Eliane,’ é uma forma de libertar alguns sentimentos e até libertar outras mulheres. É promover a união entre elas, que fez com que minha avó, minha mãe, minhas tias e eu mesma chegássemos até aqui. Rivalidade não está com nada.”

Por ser um projeto mais autoral, as oito canções foram cuidadosamente escolhidas para que pudessem transmitir esse sentimento libertário da nova fase de Luísa Sonza. Foram nove meses até selecionar as músicas finais do álbum. “Se eu fizesse mais faixas, uma parte da essência iria se perder”, diz a cantora, que revelou ter mais de dez canções prontas para um próximo projeto.

A maioria das composições é de autoria da própria artista, mas Sonza também teve a ajuda de pessoas como Francisco Gil, 24, filho de Preta Gil, 44, e neto do ícone da música brasileira, Gilberto Gil, 77, na faixa “Eliane”, dedicada à sua mãe. Ela também fez parcerias com Pabllo Vittar (“Garupa”), com o cantor Vitão (“Bomba Relógio”) e o rapper Gaab (“Fazendo Assim”).

Agora, Luísa sai em pelo Brasil com a turnê de Pandora. A cantora estreou seu show nesta quarta-feira (17) em São Paulo com a casa cheia e a companhia de Vitão e Lexa.