Mario Frias pede que Cinemateca entregue as chaves até sexta-feira
Em mais um capítulo da grave crise da Cinemateca Brasileira, Mario Frias, secretário especial da…
Em mais um capítulo da grave crise da Cinemateca Brasileira, Mario Frias, secretário especial da Cultura, enviou um ofício à Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), gestora da insituição, demandando a entrega das chaves da sede e outro imóvel do órgão até sexta-feira (7/8).
Em trecho do texto, Frias diz que “Reitera-se que o não atendimento à presente notificação ensejará nas medidas judiciais tanto para o restabelecimento da posse dos mesmos pela União Federal, bem como para eventuais apurações de responsabilidade”.
Na segunda (3/8), um pedido do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo para que houvesse uma renovação de contrato da Cinemateca Brasileira com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) foi negado pela Justiça Federal.
https://www.emaisgoias.com.br/filma-mais-escreve-mario-frias-ao-apoiar-invasao-a-hospitais-sugerida-por-bolsonaro/
O antigo contrato com a Acerp expirou em dezembro do ano passado. Sem renovação, a Cinemateca não recebeu da Secretaria a verba para seu orçamento de 2020, que gira em torno de R$ 12 milhões. Com o impasse, os funcionários da instituição, que tem o maior acervo do gênero em toda a América do Sul, estão sem receber há quatro meses.
Com contas de luz atrasadas, a brigada de incêndio, que é terceirizada, abandonou o posto de trabalho no final de junho. O arquivo da Cinemateca conta com cerca de 250 mil rolos de filmes, além de mais de um milhão de documentos que guardam a memória do cinema brasileiro.
Mario Frias tomou posse como quinto secretário da Cultura do governo Bolsonaro no dia 23 de junho. “Foi apenas o ato de assinatura da posse, no gabinete do ministro, no final da tarde”, informou a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo, da qual a Secretaria Especial de Cultura faz parte.
Essa é a quinta escolha para a Cultura feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Desde que Bolsonaro chegou ao governo, em janeiro de 2019, a área cultural passa por uma sequência de turbulências e já teve demissões com acusação de censura, paródias ao nazismo e, mais recentemente, um “chilique ao vivo” da atriz Regina Duarte durante entrevista a uma emissora de TV.