Morre no Rio o escritor e roteirista José Louzeiro
Obra do autor inspirou o filme Pixote, a Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco
O escritor, roteirista e jornalista maranhense José Louzeiro, de 85 anos, morreu ontem (29) em sua residência no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda é desconhecida, mas, segundo parentes do escritor, ele enfrentava há anos problemas de saúde, em função do diabetes.
Nascido em São Luís, em 1932, José de Jesus Louzeiro ingressou no jornalismo aos 16 anos de idade, como estagiário no jornal O Imparcial, na capital maranhense. Com 21 anos, veio para o Rio de Janeiro, onde se radicou e trabalhou por mais de 20 anos como repórter policial, em importantes jornais e revistas como Diário Carioca, Correio da Manhã, Última Hora e Manchete.
A estreia na literatura foi em 1958, com o conto Depois da Luta, mas o reconhecimento veio mesmo em 1976, quando Louzeiro lançou Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, o primeiro título no gênero literário que o consagrou, o romance-reportagem, narrativas biográficas baseadas em casos famosos da crônica policial.
Foram quase 40 livros no gênero, entre os quais destacam-se Infância dos Mortos, que mais tarde serviu de argumento para o filme Pixote, a Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco, que teve Louzeiro como roteirista; Aracelli, Meu Amor, e Em Carne Viva, que reviveu o drama da estilista Zuzu Angel e de seu filho Stuart Angel, morto pela ditadura militar, na década de 70.
No cinema, além de Pixote, Louzeiro assinou o roteiro de outros nove filmes, entre os quais O Homem da Capa Preta, Sergio Rezende, Os Amores da Pantera, de Jece Valadão, e Amor Bandido, de Jeff Nichols. Foi também autor de telenovelas como Qorpo Santo, Guerra sem Fim e O Marajá. Esta última, uma comédia inspirada no governo de Fernando Collor, foi censurada antes de ir ao ar.