Coração

Morte de João Carreiro foi fatalidade após cirurgia que levou 12 horas, diz médico

Soma de complicações impediu que os batimentos cardíacos do sertanejo de 41 anos voltassem ao normal após procedimento

A morte do cantor sertanejo João Carreiro foi descrita como uma fatalidade pelo diretor do Hospital do Coração, Jandir Gomes, em Campo Grande, onde o músico passou por uma cirurgia cardíaca. O artista morreu no hospital na noite de quarta-feira após 12 horas de uma operação que buscava tratar um prolapso da válvula mitral.

Em entrevista coletiva na quinta-feira, noticiada pelo portal G1, Gomes, que não foi o médico responsável pela operação, afirmou que a morte foi ocasionada por uma soma de causas. “Foi uma fatalidade, infelizmente o João entrou para a estatística de cerca de 3% de pacientes que morrem em cirurgias cardíacas”, disse.

No caso, o anel da válvula mitral do coração do artista estava calcificada e havia um prolapso com uma degeneração, algo que, diz o médico, Carreiro pode ter tido desde a infância. A maioria dos casos é assintomática. “Prolapso é um afrouxamento da válvula [do coração], que até 10% da população têm e precisa tratar”, disse. É uma doença estrutural, isto é, o órgão do cantor já tinha uma dilatação fora do comum.

Carreiro teve ainda uma febre reumática, que afeta a válvula do coração e complicou o quadro. Após a cirurgia, ele sofreu uma falência e não conseguiu retomar os batimentos normais.

Antes da operação, o músico publicou um vídeo nas redes sociais. No registro, ele aparece descontraído e fazendo piadas. “Não combino muito como isso aqui, não”, disse ele, sobre a roupa hospitalar. “Vou realizar um procedimento médico e ficar uns dias fora aqui da internet, mas pode ficar tranquilo que vai dar tudo certo. Papai do céu está tomando conta”, acrescentou ele.

Nascido em Cuiabá, em Mato Grosso, o músico tinha 41 anos. Na estrada desde 2006, a dupla João Carreiro e Capataz emplacou hits que caíram nas graças do público da música sertaneja, como “Bruto, Rústico e Sistemático” e “Xique Bacanizado”.

No Spotify, a dupla tem 902,9 mil ouvintes mensais e, durante os oito anos de carreira, lançou sete albuns. Desde 2014, João Carreiro se apresenta sozinho.

O último show dele foi na cidade de Pedra Preta, a 240 quilômetros de Cuiabá, na virada do ano.

Além da mulher, João Carreiro deixa uma filha, Caru Comparin Corrêa.