Imprensa internacional

Morte de Paulo Gustavo por Covid repercute na mídia internacional

Jornais espanhóis e argentinos repercutiram a morte do ator e humorista

(Foto: Reprodução/Instagram)

A morte do ator Paulo Gustavo tem causado repercussão também na mídia internacional. A notícia de que o humorista faleceu na noite desta terça-feira (4), por complicações em decorrência da Covid-19, esteve em importantes jornais espanhóis e argentinos.

O jornal argentino Lá Nacion destacou a comoção do povo brasileiro com o falecimento do comediante. “O ator e comediante brasileiro Paulo Gustavo, um dos mais queridos do Brasil, morreu nesta terça-feira aos 42 anos após lutar contra o coronavírus”, começa o texto.

Ao longo da reportagem são destacadas homenagens que artistas brasileiros também fizeram ao ator, como a apresentadora Xuxa, o cantor Caetano Veloso e a atriz Giselle Itié, que esteve na novela “Os Dez Mandamentos”.

O site Marca também falou da morte do humorista. O noticiário o classificou como “um dos artistas mais reconhecidos do país”, e focou que ele foi “vítima do covid-19, doença contra a qual lutava há cerca de dois meses em um hospital, de acordo com confirmou sua assessoria de imprensa.”

O noticiário Infobae relatou a comoção no Brasil com a morte do ator de 42 anos. “Pai de dois filhos de um ano, estava internado desde 13 de março. A notícia entristeceu todo o Brasil, onde foi conhecido e amado por mais de uma década”, afirmou o texto.

“Protagonista da trilogia de sucesso ‘Minha Mãe É Uma Peça’ internou-se no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro desde meados de março e desde então passou por altos e baixos em sua saúde que o levaram a ser intubado por semanas em uma unidade de terapia intensiva”, completou a notícia.

O site Clarin Spain News noticiou o falecimento do ator. “Com mais de 16,4 milhões de seguidores no Instagram, o carismático comediante, que estava internado desde 13 de março no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, recebeu milhares de mensagens de apoio de torcedores e celebridades, da cultura e da política.” O noticiário espanhol também ressaltou as homenagens que o ator recebeu.

Paulo Gustavo morreu na noite desta terça (4) após quase dois meses internado em um hospital da zona sul do Rio, devido a complicações da Covid. Antes da confirmação de morte, a equipe médica já tinha classificado seu quadro como irreversível.

“Após a constatação da embolia gasosa disseminada ocorrida no último domingo, em decorrência de fístula brônquio-venosa, o estado de saúde do paciente vem deteriorando de forma importante”, afirmava o último boletim médico.

O ator foi internado no dia 13 de março e respondeu bem ao tratamento. Porém, no dia 2 de abril, seu estado piorou e ele passou a respirar com a ajuda de ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), uma espécie de pulmão artificial.

Nos dias seguinte, a equipe médica identificou uma fístula broncopleural, espécie de comunicação anormal entre os brônquios e a pleura, que foi corrigida. Paulo Gustavo também teve que receber uma transfusão de sangue, segundo seu marido.

Dias depois foi realizada uma toracoscopia, na qual uma nova fístula broncopleural foi identificada e corrigida.

“Todos os profissionais têm se empenhado incessantemente pela sua recuperação”, afirmou boletim médico divulgado no último dia 11.

Muitos famosos lamentaram a morte do ator, desde amigos até a cantora americana Beyoncé. “Aplaudam de pé esse grande homem! Gritem bravo! Façam uma homenagem a Paulo Gustavo em suas casas. Aplaudam de pé esse grande artista”, afirmou Tatá Werneck em suas redes sociais.

O presidente Jair Bolsonaro também deu seus votos “pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo”. “Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid.”

O escritor Paulo Coelho, 73, prestou uma homenagem ao ator e utilizou frases negacionistas para protestar sobre a pandemia. “Assassinos de Paulo Gustavo: quem dizia ‘é só uma gripezinha’, ‘não passa de 200 mortes’, ‘cloroquina resolve'”, disse.

A lista continuou: “‘gente morre todo dia’, ‘lockdown destrói o país’, ‘máscara nos faz respirar ar viciado’, ‘eu obedeço o comandante’, e por aí vai. Canalhas da pior espécie”, completou o autor que já vendeu 320 milhões de exemplares de seus 30 livros.

Paulo Gustavo foi o criador de diferentes personagens de humor. Dona Hermínia é a mais famosa deles e uma campeã de bilheterias nos cinemas com a trilogia “Minha Mãe É uma Peça”. “Essa personagem mudou minha vida para sempre. Nunca imaginei que o que eu escrevia fosse ter essa repercussão dessas”, chegou a afirmar o ator.

Ela e outros personagens marcantes de Paulo Gustavo, como Maria Enfisema e Senhora dos Absurdos fizeram parte do 220 Volts, programa exibido entre 2011 e 2016 no Multishow, e que ganhou um especial em 2020, com transmissão na Globo.

Ele também interpretou o delegado Lupicínio no “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, em 2007. Em outubro daquele ano, no extinto Vídeo Show, Paulo Gustavo afirmou que o programa foi seu primeiro contato com a televisão. “Um aprendizado”, disse ele.