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Nila Branco se reaproxima do pop rock com disco ‘Lilith’

Três anos após o tranquilo Azul Anil, Nila Branco foi no caminho oposto para lançar Lilith.…

Três anos após o tranquilo Azul Anil, Nila Branco foi no caminho oposto para lançar Lilith. Com uma proposta sonora totalmente diferente dos trabalhos anteriores, as 10 faixas deste novo álbum são mais “plugadas”, com guitarra e bateria mais marcantes e menos piano e violão acústico.

À primeira vista, parece um resgate do material lançado por Nila no início da década de 2000, quando a cantora apostava no pop rock – da época do refrão “esta noite eu quero ir mais além”, de Diversão.  Em entrevista ao Mais Goiás, entretanto, ela refutou esta hipótese. “Hoje eu tenho um amadurecimento que não tinha naquela época, tanto artístico quanto pessoal. Seria impossível resgatar aquela Nila e aquela sonoridade”, explicou.

Nila Branco se define como uma cantora versátil. “Sou inquieta. Chega uma hora que eu quero mudar de fase, fazer outra coisa. Poderia até mesmo gravar um CD de samba”, brincou.

A escolha das referências do pop e do rock veio a calhar, uma vez que o gênero musical tem voltado a conquistar mais espaço em rádios e na mídia mais mainstream no mercado estadunidense. Olivia Rodrigo, Willow, Mod Sun e até mesmo Avril Lavigne (que ressurgiu com a promessa de um novo álbum para este ano) são alguns dos artistas que têm levantado a bandeira do gênero musical lá fora.

Nila, porém, confessou que não tem acompanhado este movimento. “É uma falha minha”, assumiu. “Mas se isso aconteceu, acredito que foi de forma instintiva”, disse. O pop rock, na verdade, é parte da proposta do projeto como um todo. E tudo começa pelo nome: Lilith.

“Essa figura vem com um simbolismo da mulher moderna. Uma mulher que é agitada, que faz e acontece. É uma homenagem a essas mulheres”, salientou Nila, que se definiu como feminista, uma vez que, segundo ela, posiciona-se desde criança para ser ouvida e luta para que a mulher tenha um papel melhor na sociedade. “Não maior que o homem, mas igual”, disse.

O feminismo foi demonizado. Como demonizaram o comunismo, o socialismo, a esquerda,… Considero-me feminista porque desde criança luto para ter voz. Lutei em casa, com meus irmãos, homens. Todo mundo queria mandar em mim, oprimir-me de certa forma. E às vezes conseguiam. Era da época em que a mulher era criada para casar, lavar louça, não palpitar. Eu ficava indignada.

Em ‘Lilith’, Nila Branco aposta mais uma vez em referências do pop rock (Foto: Divulgação)

A próprio punho

Em Lilith, sete das 10 faixas foram compostas pela própria Nila. “Acho que foi um efeito da pandemia (risos)”, explicou. “Para compor, preciso de um pouco de paz, ficar um pouco mais quieta. É aquele momento para ter os 10% de inspiração e focar nos 90% de transpiração”, completou.

A cantora contou que no início da pandemia do novo coronavírus, mergulhou na arte para não se entregar ao medo. “Li muito, toquei violão e compus muito durante a pandemia. O resultado está neste álbum”, disse. As composições foram feitas praticamente de forma virtual. “Alguns dos compositores eu nunca sequer encontrei pessoalmente”, afirmou.

Lilith está disponível em todas as plataformas digitais. Ouça abaixo no Spotify.

Ouça Lilith, novo álbum de Nila Branco: