Eleições 2018

Cara da nova Câmara tem militares, pastores e líderes de movimento

A Casa terá o mais alto índice de renovação das últimas duas décadas: 47,3% dos parlamentares 

A nova cara da Câmara dos Deputados a partir de 2019. Com a onda conservadora que se espalhou pelo país, foram eleitos policiais, militares, pastores de igreja e líderes de manifestações anti-PT. Antes nanico, o partido do presidenciável agora tem 52 cadeiras, a segunda maior bancada. A Casa terá o mais alto índice de renovação das últimas duas décadas: 47,3% dos parlamentares .

Mesmo em menor escala, também houve renovação na esquerda. Enquanto o PT teve uma queda de 19% de deputados eleitos, com a formação de uma bancada de 56 deputados, o PSOL registrou crescimento de 100% e agora terá dez representantes.

No PSL, dos 52 deputados, 21 são policiais. Um deles é a Major Fabiana, do PSL do Rio, que ficou conhecida nacionalmente ao ser fotografada depois de descer de seu carro, de arma em punho, para perseguir suspeitos de terem incendiado um ônibus.

Única representante da Rede, Joenia Wapichana será a primeira mulher indígena a estar na Câmara. Eleita com 8,4 mil votos por Roraima, teve como tema de sua campanha a defesa de direitos dos indígenas e a resolução de conflitos em casos de disputa de terras.

Após mais de seis meses do assassinato de Marielle Franco, Talíria Petrone (PSOL), ex-assessora e amiga da parlamentar, foi a 9ª mais votada para a Câmara dos Deputados no Rio. Negra, ela pretende defender o legado de Marielle. Vereadora de Niterói, obteve 107.317 votos.

Partido da Igreja Universal, o PRB teve 30 deputados eleitos — conseguiu conquistar nove cadeiras a mais do que em 2014.

Engolido pela onda conservadora, o PSDB terá uma cadeira a menos que o PRB. Os tucanos terão, entre outros parlamentares de sua bancada, a presença de Aécio Neves, candidato derrotado na eleição presidencial de 2014 e que foi acusado de pagar propina por Joesley Batista em delação da JBS.