Fraude

TRE manda Instagram suspender perfil de Pablo Marçal

Suspensão veio após divulgação de laudo falso contra Boulos

Pablo Marçal | Foto: Reprodução/TV Globo

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou a suspensão do perfil do Instagram do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB). A medida surge em decorrência de um post que o político fez na sua rede social divulgando um laudo falso em que afirmava que outro candidato, Guilherme Boulos (PSOL), procurou ajuda médica devido a uma crise por consumo de cocaína.

Em sua decisão, o juiz Rodrigo Capez determina “a indisponibilização da conta @pablomarcalporsp, perfil atribuído ao candidato Pablo Henrique Costa Marçal, junto à plataforma Instagram, tornando-a inacessível pelos usuários da plataforma e pelo próprio titular, pelo prazo de 48 horas”.

Capez afirma ainda que “a medida deverá ser cumprida no prazo de 2 (duas) horas, sob pena de imediato bloqueio de R$ 200 mil (duzentos mil reais) da plataforma indicada, com fundamento no artigo 139, IV do Código de Processo Civil e no artigo 38, §6º da referida Resolução”.

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o caso. O laudo apresenta uma série de erros, como ser assinado pelo médico José Roberto de Souza falecido em 2022. O registro de identidade (RG) de Boulos que aparece no prontuário está incorreto. A assinatura atribuída ao médico difere da que aparece em um documento judicial. Além disso, o dono da clínica, Luiz Teixeira da Silva Junior, já foi condenado por falsificar diploma de medicina.

O magistrado também afirmou que “trata-se de notícia de fatos concretamente graves, perpetrados às vésperas do pleito eleitoral, em tese, com o nítido propósito de interferir no ânimo do eleitor, mediante divulgação, em rede social, com extensa repercussão, de documento médico falso, que atestaria, de modo igualmente falso, que o representante, candidato a Prefeito de São Paulo, seria dependente químico de cocaína e estaria em ‘surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas’.”

Na madrugada deste sábado (5) os advogados de Guilherme Boulos apresentaram uma notícia-crime à Polícia Federal. Eles pedem a prisão preventiva e a cassação do autointitulado ex-coach por falsificação de atestado médico, uso de documento falso, disseminação de notícia inverídica em período eleitoral, calúnia, difamação e injúria e associação criminosa.